O Vaticano divulgou pela primeira vez nesta terça-feira (6) estatísticas abrangentes sobre como disciplinou padres acusados de estuprar e molestar crianças, afirmando que 848 padres foram destituídos e outros 2.572 receberam sanções menores ao longo da última década.
O embaixador do Vaticano nas Nações Unidas em Genebra, arcebispo Silvano Tomasi, revelou os números durante o segundo dia de questionamentos por uma comissão da ONU que monitora a implementação de um tratado contra tortura.
Tomasi insistiu que a convenção se aplica somente dentro da Cidade do Vaticano. No entanto, ele divulgou estatísticas sobre como a Santa Sé tem julgado casos de abuso sexual em nível mundial e, de forma significativa, não contestou a alegação da comissão de que a violência sexual contra crianças pode ser considerada tortura.
O arcebispo afirmou que, desde 2004, mais de 3.400 casos críveis de abusos tinham sido encaminhados para o Vaticano. Ele disse que, na última década, 848 sacerdotes tinham sido afastados do cargo ou devolvidos ao estado laical pelo papa. Outros 2.572 foram condenados a uma vida de penitência e oração ou alguma outra sanção menor, que é muitas vezes usada quando o sacerdote acusado é idoso ou enfermo. Segundo levantamento da Associated Press, só no ano passado foram registrados 401 casos, sendo que 43 padres foram impedidos de praticar o sacerdócio e 358 receberam medidas disciplinares.
Reconhecendo o elevado número de sacerdotes punidos com pena menor, Tomasi disse que as penas representam uma ação disciplinar e que o agressor é "colocado em um lugar onde não tem qualquer contato com as crianças".
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