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Abusos na Igreja

Vaticano afirma que Bento XVI condenou abusos e se reuniu com vítimas

O Papa emérito Bento XVI, na celebração de seu aniversário em 16 de abril de 2012 (Foto: EPA)

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O papa emérito Bento XVI condenou o abuso sexual na Igreja Católica e foi o primeiro a se encontrar com as vítimas, afirmou nesta quarta-feira, em um artigo, o diretor editorial do Vaticano, Andrea Tornielli.

O Vaticano responde desta forma ao recente relatório sobre abuso sexual na Igreja Católica na Alemanha , onde afirmava que quatro supostos casos de encobrimento pelo papa emérito Bento XVI quando era Arcebispo de Munique.

"Após a publicação do relatório, os anos de episcopado bávaro do papa emérito estão no centro das atenções. É justo lembrar a luta de Bento XVI contra a pederastia clerical e sua disposição durante seu pontificado de encontrar e ouvir as vítimas e pedir desculpas", destacou o editorial publicado nos meios de comunicação social do Vaticano.

Tornielli destaca que o papa emérito, "com a ajuda de seus colaboradores, não escapou às perguntas do escritório de advocacia encomendado pela diocese de Munique para preparar o relatório e respondeu com 82 páginas, depois de ter examinado parte da documentação nos arquivos diocesanos".

O diretor editorial explica que "algumas das acusações são conhecidas há mais de dez anos e já foram publicadas por importantes meios de comunicação internacionais" e que Ratzinger, e seu secretário particular, Georg Gänswein, já anunciaram "que o papa emérito fará uma declaração detalhada depois concluir sua revisão do relatório".

Quatro dias após a publicação do relatório sobre os abusos na diocese de Munique, que o implica em pelo menos quatro casos de encobrimento, o papa emérito teve que retirar suas primeiras declarações.

Ele reconheceu que esteve presente em uma reunião dos bispados de Munique e Freising em janeiro de 1980, onde foi discutida a transferência de um padre acusado de abuso infantil, segundo um comunicado de Gänswein à Agência Católica de Notícias (KNA).

No entanto, Ratzinger assegurou que naquela sessão não houve discussão sobre o padre em questão realizando trabalho pastoral, mas apenas em "possibilitar que ele se alojasse em Munique durante seu tratamento terapêutico".

Enquanto aguardava uma resposta oficial, a mídia do Vaticano lançou uma defesa do pontífice alemão: "Não se pode esquecer que Ratzinger, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, já havia combatido o fenômeno na última fase do pontificado de São João Paulo II, de quem foi colaborador próximo, e uma vez que se tornou papa, promulgou regulamentos extremamente duros para combater a pederastia na Igreja".

Além disso, continua, "Bento XVI deu testemunho, com seu exemplo concreto, da urgência de uma mudança de mentalidade tão importante para combater o fenômeno dos abusos: ouvir e estar perto das vítimas, das quais devemos sempre pedir perdão".

Joseph Ratzinger, afirmam, foi o primeiro papa a se encontrar várias vezes com vítimas de abusos durante suas viagens apostólicas e que em um voo para Lisboa, em maio de 2010, Bento XVI reconheceu que "os sofrimentos da Igreja vêm de dentro da Igreja, do pecado que existe na Igreja".

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