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A Academia Pontifícia para a Vida afirmou nesta sexta-feira (24) que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de anular a jurisprudência federal sobre aborto no país é uma questão que “interpela o mundo inteiro” e que há necessidade de reabrir um debate sobre a proteção da vida em uma sociedade.
“A decisão do tribunal mostra como a questão do aborto continua a provocar um acalorado debate. O fato de um grande país com uma longa tradição democrática ter mudado a sua posição sobre esta questão também interpela o mundo inteiro”, disse a Academia Pontifícia em comunicado.
“A proteção e defesa da vida humana não é uma questão que possa se limitar ao exercício dos direitos individuais, mas é uma questão de amplo significado social”, acrescentou.
Após esta decisão, o mundo deve “reabrir um debate não ideológico sobre o lugar da proteção da vida em uma sociedade civil”, a fim de se perguntar “que tipo de coexistência e sociedade” quer construir.
“Isto significa também assegurar uma educação sexual adequada, garantir cuidados de saúde acessíveis a todos, e preparar medidas legislativas para proteger a família e a maternidade, superando as desigualdades existentes”, diz a nota.
O presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Vincenzo Paglia, explicou que “diante de uma sociedade ocidental que está perdendo a sua paixão pela vida, este acontecimento é um convite poderoso para refletir em conjunto sobre a questão séria e urgente da generatividade humana e das condições que a tornam possível”.
“Ao escolher a vida, está em jogo a nossa responsabilidade pelo futuro da humanidade. É tempo para curar feridas e reparar divisões sociais, é tempo para a reflexão fundamentada e o diálogo civil, e para nos unirmos para construir uma sociedade e uma economia que apoie casamentos e famílias”, completa a declaração.
A Suprema Corte dos EUA anulou nesta sexta-feira uma jurisprudência federal que estava em vigor nos Estados Unidos desde 1973, em decisão histórica que permitirá que cada estado decida se mantém ou proíbe a legalidade do aborto.
Kentucky, Louisiana e Dakota do Sul já proibiram a interrupção da gravidez nesta sexta-feira, assim que a decisão foi anunciada, enquanto outros 23 estados podem fazer o mesmo no curto prazo.