Uma comissão mista do Vaticano e da Palestina emitiu ontem a nota de um tratado que classifica o país árabe como um Estado. O tema do anúncio é um acordo de cooperação entre as duas partes, que buscam ajudar na formalização das relações da Igreja Católica com as autoridades locais.
O acordo “visa melhorar a vida e as atividades da Igreja Católica e seu reconhecimento na esfera judicial”, disse o monsenhor Antoine Camilleri, vice-ministro de Relações Exteriores do Vaticano, que liderou uma delegação de seis pessoas nas negociações. Estavam presentes seis representantes da Igreja Católica e quatro do país árabe, entre eles Issa Kassissieh, representante do país no Vaticano.
“Nós reconhecemos o Estado da Palestina desde quando recebeu reconhecimento da Organização das Nações Unidas.”
O texto do tratado foi concluído e será assinado oficialmente pelas respectivas autoridades “no futuro próximo”, informou um comunicado conjunto emitido pelo Vaticano.
“Foi feita uma sessão plenária para reconhecer o trabalho feito em tom informal pela junta técnica após nossa última reunião em Ramallah, no Ministério de Relações Exteriores do Estado da Palestina em 6 de fevereiro de 2014”, diz a nota.
As conversas foram medidas por Antoine Camilleri e pelo ministro-assistente de interesses nas Relações Exteriores da Palestina, o embaixador Rawan Sulaiman. “Notamos com grande satisfação o progresso alcançado nas formulações do acordo, que foca principalmente nos aspectos da vida e da atividades da Igreja na Palestina”, afirmou Camilleri.
Reconhecimento
Autoridades do Vaticano disseram que, apesar da importância do acordo divulgado ontem, o documento não representa o primeiro reconhecimento do Estado da Palestina pela Santa Sé.
“Nós reconhecemos o Estado da Palestina desde quando recebeu reconhecimento da Organização das Nações Unidas, e já está listado como Estado da Palestina em nosso anuário oficial”, disse Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
Em 29 de novembro de 2012, a Assembleia-Geral da ONU adotou uma resolução reconhecendo a Palestina como Estado observador não membro. O Vaticano também é um observador não membro na ONU.
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