Seção do arquivo dedicado ao Papa Pio XII no Arquivo Secreto Apostólico do Vaticano| Foto: Alberto PIZZOLI/AFP
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Documentos secretos da Igreja Católica sobre o pontificado de Pio XII (1939-1958) poderão ser consultados por pesquisadores a partir desta segunda-feira (2) e prometem esclarecer a atuação do papa Eugenio Pacelli em relação ao regime nazista na Segunda Guerra Mundial. A abertura destes arquivos havia sido anunciada pelo papa Francisco há um ano.

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Pacelli foi acusado por organizações judaicas de ter feito pouco perante os horrores do Holocausto. O Vaticano, por sua vez, alega que Pio XII atuou nos bastidores para salvar o maior número de vidas possível e, inclusive, abrigou judeus em igrejas e conventos na Itália.

"O Papa Pacelli foi um corajoso diplomata. Como Papa demonstrou uma caridade ilimitada, nem sempre compreendida e nem mesmo compartilhada dentro dos muros vaticanos. De seus documentos evidencia-se os esforços feitos para tentar responder aos pedidos de ajuda para a salvação dos perseguidos e dos necessitados em perigo de vida. Certamente poderemos constatar também o ódio do nazismo contra a Igreja Católica e pelo próprio Papa", disse o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados, ao site Vatican News.

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Judeus também já defenderam publicamente a postura de Pacelli durante e guerra. No livro "Três papas e os judeus", de 1967, o diplomata Pinchas Lapide, que serviu como cônsul de Israel em Milão e entrevistou sobreviventes do Holocausto italiano, declarou que Pio XII "foi fundamental para salvar pelo menos 700.000, mas provavelmente até 860.000 judeus da morte certa nas mãos nazistas".

Oitenta e cinco estudiosos já se inscreveram para ter acesso a milhões de documentos que poderão ajudar a esclarecer essa disputa de versões.