Os países devem enfrentar os problemas migratórios com políticas que respeitem os direitos humanos, disse nesta segunda-feira o representante do Vaticano na Assembléia Geral das Nações Unidas.
"A fé e a dignidade humanas exigem que os problemas migratórios sejam vistos no contexto dos direitos humanos, familiares e infantis", disse o arcebispo Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as relações com os Estados.
O emissário do Papa reconheceu o direito dos governos de combater a imigração ilegal, mas disse que "ninguém pode justificar medidas que colocam vidas em risco e que ofendem gravemente a dignidade humana e os direitos".
Como faz a cada ano, o Vaticano também rejeitou o aborto. "A parte mais importante do nosso trabalho é garantir que o direito à vida seja respeitado em todas as partes".
"Este direito natural deve ser protegido da concepção até a morte natural. Devemos trabalhar para deter e reverter a cultura da morte aceita por algumas estruturas sociais e legais que buscam justificar a supressão da vida como um serviço social ou médico".
Monsenhor Mamberti, em referência implícita aos muçulmanos, disse que os líderes religiosos devem se comprometer em mostrar que "a religião não é e nem deve ser um pretexto para conflito".
"Devem declarar, sem ambigüidades, que promover a violência ou lançar uma guerra em nome da religião constitui uma flagrante contradição".