E então, fez-se a luz... e foi fornecida pelo sol. O Vaticano ativou nesta quarta-feira (26) um novo sistema de energia solar e anunciou um ambicioso plano que pode torná-lo um dia um exportador de energia alternativa.
O amplo telhado do Salão Nervi, onde os papas realizam audiências gerais e onde ocorrem concertos de música, foi coberto com 2.400 painéis fotovoltaicos que fornecem energia para a iluminação, o aquecimento e o sistema de ar condicionado.
Após semanas de testes, o sistema foi ligado com potência máxima horas antes de o papa Bento XVI realizar o que foi chamado de "primeira audiência geral ecológica do Vaticano".
O novo sistema sobre o teto de 5 mil metros quadrados produzirá 300 quilowatt/hora de energia limpa ao ano para o salão de audiências e para os prédios ao redor.
O sistema, que custou 1,2 milhão de euros e foi desenvolvido e doado pelas empresas alemãs SolarWorld e SMA Solar Technology, permitirá que a cidade-Estado reduza as emissões de dióxido de carbono em cerca de 225 toneladas e poupe o equivalente o equivalente a 80 toneladas de petróleo por ano.
"É uma iniciativa muito corajosa", disse Carlo Rubbia, italiano que em 1984 ganhou o prêmio Nobel de Física e que compareceu à cerimônia de divulgação no Vaticano.
"O sol produz 100 mil vezes mais energia do que as fontes tradicionais de energia da Terra. É por isso que precisamos de tanta ciência, tanto investimento em pesquisa para o futuro", acrescentou Rubbia.
O cardeal Giovanni Lajolo, governador da Cidade do Vaticano, disse que o Vaticano está pensando em um projeto muito mais ambicioso em um grande terreno que possui ao norte de Roma e que é usado como centro de transmissão para a rádio do Vaticano.
"Estamos pensando em um sistema de energia solar com 300 hectares nesse lugar", afirmou.
Autoridades disseram que o Vaticano planeja produzir 20 por cento de sua necessidade energética a partir de fontes renováveis até 2020, em linha com uma proposta da União Européia.
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