Não guiarás sob influência do álcool. Respeitarás os limites de velocidade. Não considerarás o carro como objeto de glorificação pessoal, nem o usarás como local de pecado.

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O Vaticano deixou de lado na terça-feira as questões estritamente teológicas para divulgar suas próprias regras de trânsito, um compêndio sobre os aspectos morais da condução de veículos automotivos.

As 36 páginas das "Diretrizes para o Cuidado Pastoral da Estrada" contêm dez mandamentos abrangendo questões como a ira ao volante, o respeito aos pedestres, a manutenção do veículo e como evitar gestos rudes na hora de dirigir.

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"Carros tendem a trazer o lado 'primitivo' dos seres humanos, produzindo, portanto, resultados bastante desagradáveis", disse o documento.

O texto faz um apelo às "tendências nobres" do espírito humano, pedindo responsabilidade e autocontrole para evitar a "regressão psicológica" tantas vezes associada ao ato de dirigir.

Diz o 5o Mandamento: "Carros não devem ser para ti uma expressão de poder e dominação, e uma ocasião para pecar."

Questionado em entrevista coletiva sobre qual seria tal "ocasião para pecar", o cardeal Renato Martino disse: "Quando um carro é usado como lugar para o pecado."

Um trecho, na seção "Vaidade e Glorificação Pessoal", certamente vai incomodar os donos de Ferraris e de outros carros pelos quais os italianos são apaixonados.

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"Os carros se prestam particularmente a serem usados por seus donos para a exibição e como meio de ofuscar o brilho de outras pessoas e despertar um sentimento de inveja", diz o texto.

O manual também estimula o leitor a não agir de forma "insatisfatória ou que mal seja humana" e que evite um "comportamento desequilibrado, a falta de polidez, os gestos rudes, o xingamento, a blasfêmia".

Rezar ao volante é algo incentivado.

A Cidade do Vaticano, menor Estado soberano do mundo, praticamente não enfrenta os problemas citados no documento.

Apesar de estar cercado pelo caótico trânsito romano, o minúsculo país tem apenas cerca de mil carros, e o limite máximo de velocidade é de 30 quilômetros por hora. O último acidente dentro das muralhas do Vaticano, segundo uma fonte oficial, ocorreu há cerca de um ano e meio e provocou danos mínimos.

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