Repercussão
Fiéis dos EUA fazem elogios
Agência Estado
Columbus - Católicos dos Estados Unidos receberam os comentários do Papa Bento XVI sobre o uso de preservativos como um sinal de que a Igreja Católica estaria entrando no debate moderno sobre o combate à aids. Outros afirmaram que as palavras do Papa de que a camisinha pode ser moralmente justificada em algumas situações limitadas, como para os homens que se prostituem e que querem evitar a disseminação do HIV podem abrir uma caixa de Pandora.
Houve também quem destacasse que o significado exato do que o Papa disse ainda depende de interpretações.
Na África, onde a aids é um dos problemas mais graves de saúde e mata milhões de pessoas todos os anos, ativistas e clérigos elogiaram os comentários do Pontífice. Nas Filipinas, país muçulmano, as declarações de Bento XVI estimularam o debate sobre o uso da camisinha.
Cidade do Vaticano - Usar preservativos é um mal menor que transmitir o vírus HIV para um parceiro sexual mesmo que isso signifique que uma mulher evitou uma possível gravidez , disse ontem o Vaticano, sinalizando uma grande mudança no ensinamento papal, como foi explicitado em comentários do Papa Bento XVI no final de semana passado.
"Essa é uma mudança", disse o reverendo James Martin, um jesuíta e escritor. "Ao reconhecer que as camisinhas ajudam a evitar que o vírus HIV se espalhe entre as pessoas nas relações sexuais, o Papa mudou completamente a discussão dos católicos sobre o preservativo."
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, esclareceu que Bento XVI tinha em mente tanto homens como mulheres ao aceitar, segundo o livro Luz do Mundo o Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos, lançado oficialmente ontem, o uso de preservativos para evitar a propagação da aids através da prostituição.
O texto original em alemão do livro de entrevistas com Bento XVI, no qual o Papa justifica em "algunos casos" o uso do preservativo, fala de "prostituto" e não de "prostituta", como foi traduzido por erro na versão italiana. No texto alemão, aprovado pelo pontífice, o chefe da Igreja católica considera que, em "alguns casos", o uso do preservativo está justificado e dá como exemplo "quando um prostituto utiliza um profilático".
O erro na tradução para o italiano, cujos trechos foram divulgados pelo jornal da Santa Sé, L Osservatore Romano, se deveu a motivos de rapidez e será corrigido nas próximas edições, segundo fontes eclesiásticas.
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