Cidade do Vaticano - Usar preservativos é um mal menor que transmitir o vírus HIV para um parceiro sexual mesmo que isso signifique que uma mulher evitou uma possível gravidez , disse ontem o Vaticano, sinalizando uma grande mudança no ensinamento papal, como foi explicitado em comentários do Papa Bento XVI no final de semana passado.
"Essa é uma mudança", disse o reverendo James Martin, um jesuíta e escritor. "Ao reconhecer que as camisinhas ajudam a evitar que o vírus HIV se espalhe entre as pessoas nas relações sexuais, o Papa mudou completamente a discussão dos católicos sobre o preservativo."
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, esclareceu que Bento XVI tinha em mente tanto homens como mulheres ao aceitar, segundo o livro Luz do Mundo o Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos, lançado oficialmente ontem, o uso de preservativos para evitar a propagação da aids através da prostituição.
O texto original em alemão do livro de entrevistas com Bento XVI, no qual o Papa justifica em "algunos casos" o uso do preservativo, fala de "prostituto" e não de "prostituta", como foi traduzido por erro na versão italiana. No texto alemão, aprovado pelo pontífice, o chefe da Igreja católica considera que, em "alguns casos", o uso do preservativo está justificado e dá como exemplo "quando um prostituto utiliza um profilático".
O erro na tradução para o italiano, cujos trechos foram divulgados pelo jornal da Santa Sé, L Osservatore Romano, se deveu a motivos de rapidez e será corrigido nas próximas edições, segundo fontes eclesiásticas.