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Bento XVI recebe livro do jornalista alemão Peter Seewald. Tradução errada provocou polêmica | L’ Osservatore Romano/Reuters
Bento XVI recebe livro do jornalista alemão Peter Seewald. Tradução errada provocou polêmica| Foto: L’ Osservatore Romano/Reuters

Repercussão

Fiéis dos EUA fazem elogios

Agência Estado

Columbus - Católicos dos Estados Unidos receberam os comentários do Papa Bento XVI sobre o uso de preservativos como um sinal de que a Igreja Católica estaria entrando no debate moderno sobre o combate à aids. Outros afirmaram que as palavras do Papa – de que a camisinha pode ser moralmente justificada em algumas situações limitadas, como para os homens que se prostituem e que querem evitar a disseminação do HIV – podem abrir uma caixa de Pandora.

Houve também quem destacasse que o significado exato do que o Papa disse ainda depende de interpretações.

Na África, onde a aids é um dos problemas mais graves de saúde e mata milhões de pessoas todos os anos, ativistas e clérigos elogiaram os comentários do Pontífice. Nas Filipinas, país muçulmano, as declarações de Bento XVI estimularam o debate sobre o uso da camisinha.

Cidade do Vaticano - Usar preservativos é um mal menor que transmitir o vírus HIV para um parceiro sexual – mesmo que isso signifique que uma mulher evitou uma possível gravidez –, disse ontem o Vaticano, sinalizando uma grande mudança no ensinamento papal, como foi explicitado em comentários do Papa Bento XVI no final de semana passado.

"Essa é uma mudança", disse o reverendo James Martin, um je­­suíta e escritor. "Ao reconhecer que as camisinhas ajudam a evitar que o vírus HIV se espalhe en­­tre as pessoas nas relações sexuais, o Papa mudou completamente a discussão dos católicos sobre o preservativo."

O porta-voz do Vaticano, Fe­­derico Lombardi, esclareceu que Bento XVI tinha em mente tanto homens como mulheres ao aceitar, segundo o livro Luz do Mundo – o Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos, lançado oficialmente ontem, o uso de preservativos para evitar a propagação da aids através da prostituição.

O texto original em alemão do livro de entrevistas com Bento XVI, no qual o Papa justifica em "algunos casos" o uso do preservativo, fala de "prostituto" e não de "prostituta", como foi traduzido por erro na versão italiana. No texto alemão, aprovado pelo pon­­tífice, o chefe da Igreja católica considera que, em "alguns casos", o uso do preservativo está justificado e dá como exemplo "quando um prostituto utiliza um profilático".

O erro na tradução para o italiano, cujos trechos foram divulgados pelo jornal da Santa Sé, L’ Osservatore Romano, se deveu a motivos de rapidez e será corrigido nas próximas edições, segundo fontes eclesiásticas.

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