Grupos de direitos dos homossexuais e um editorial de um jornal condenaram nesta terça-feira o Vaticano por sua decisão de se opor à proposta de resolução da ONU que convida todos os governos mundiais a descriminalizar a homossexualidade.
A discussão se iniciou após o representante do Vaticano na Organização das Nações Unidas dizer que a Santa Sé iria se opor à resolução, que a França deve propor no final deste mês representando os 27 membros da União Européia.
O arcebispo Celestino Migliore disse que o Vaticano se opõe à resolução porque isso iria "acrescentar novas categorias de protegidos por discriminação", podendo reverter a discriminação contra os casais heterossexuais tradicionais.
"Se adotada, eles vão criar novas e implacáveis discriminações", disse Migliore. "Por exemplo, Estados que não reconhecem a união de pessoas do mesmo sexo como matrimônio serão ridicularizados e pressionados", acrescentou.
Um editorial afiado do jornal italiano La Stampa disse que o raciocínio do Vaticano é "grotesco".
Frisando que a homossexualidade ainda é punida com pena de morte em alguns países islâmicos, o texto disse que o Vaticano teme uma "reação em cadeia a favor da legalidade da união homossexual em países como a Itália, onde atualmente não há legislação sobre o tema".
Franco Grillini, fundador e presidente do Arcigay, principal grupo de defesa dos direitos dos homossexuais da Itália, disse que o raciocínio do Vaticano é "totalmente estúpido e tolo".
"A resolução francesa, que está sendo apoiada por 27 membros da União Européia, não tem relação nenhuma com casamento gay. É sobre acabar com punições como prisão e execução para homossexuais", disse Grillini à Reuters.
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