Vaticano (AFP/EFE) O Vaticano rebateu ontem, num comunicado oficial, as tentativas dos israelenses de "deformar" a condenação ao terrorismo feita pelo papa Bento XVI no Angelus de domingo, quando não incluiu Israel numa lista de países que vêm sendo alvo de terrorismo. O núncio apostólico em Israel, Pietro Sambi, foi chamado pelo Ministério de Relações Exteriores um dia depois de Bento XVI ter condenado os "execráveis ataques terroristas em diferentes países, incluindo Egito, Turquia, Iraque, Grã-Bretanha".
"Em relação às reações dos israelenses pelo fato de o Santo Padre, no Angelus de domingo, não ter mencionado Israel ao lado dos outros países, é preciso ter em mente que as declarações de Bento XVI referiam-se essencialmente aos ataques daqueles dias", disse Navarro-Valls por meio de um comunicado.
"É surpreendente que alguém queira deformar as intenções do Santo Padre. Todos sabem das numerosas intervenções da Igreja, sua hierarquia e a finalidade do Papa Bento XVI de condenar todas as formas de terrorismo, seja onde for". Bento XVI falou após os atentados dos últimos dias, que provocaram mortes em Sharm El-Sheikh, no Egito, na Turquia, no Iraque e em Londres.
"O Papa já tinha se omitido em condenar o ataque terrorista em Israel na semana passada", havia dito um membro do governo israelense. Na ocasião, um suicida palestino fez explodir as bombas que carregava na cidade de Netanya em 12 de julho, matando cinco israelenses.
Árdua missão
Em Les Combes, no Vale de Aosta, Itália, onde passa férias, Bento XVI reconheceu ontem que guiar a Igreja Católica não é tarefa fácil e que os três meses de seu pontificado "em certo sentido foram difíceis". O bispo de Roma disse contar com o apoio das pessoas, que são muito boas com ele, e acrescentou que também tem o amparo da lembrança de seu antecessor, João Paulo II, que ele diz sentir muito próximo, em razão do que escreveu e por sua presença espiritual.