Governo não ampliará área de exclusão
A agência de segurança nuclear do Japão rejeitou um pedido da Greenpeace para estender a zona de exclusão ao redor da usina nuclear de Fukushima, danificada pelo terremoto e tsunami de 11 de março.
Segundo uma autoridade da agência, as medidas indicando altos níveis de radiação, que o grupo diz ter encontrado a 40 km da instalação, não podem ser consideradas confiáveis. Ele acrescentou que a maioria dos moradores da área delimitada havia saído e praticamente ninguém estava morando mais no local.
O grupo ambiental disse que confirmou índices de radiação de até 10 microsieverts por hora na vila de Iitate, 40 quilômetros a noroeste da usina nuclear Autoridades japonesas retiraram a população de um raio de 20 km ao redor da usina danificada de Fukushima, onde engenheiros estão trabalhando para controlar os reatores após o terremoto e tsunami.
As autoridades instruíram à população que está entre 20 e 30 km da usina a permanecer dentro de suas casas.
Pequim - A crise nuclear no Japão voltou a se agravar ontem, com a informação de que a água com elevados níveis de radioatividade encontrada no local pode ter vindo do reator n.º 2 e de que traços de plutônio foram achados em cinco pontos do solo da usina de Fukushima.
O plutônio é um combustível mais tóxico do que o urânio e é utilizado em apenas um dos seis reatores da planta, o de n.º 3. Na sexta-feira, o porta-voz da agência de segurança nuclear, Hidehiko Nishiyama, disse que é provável que a estrutura do reator tenha sido danificada pelo duplo desastre natural que atingiu o Japão há 18 dias, o que teria reduzido sua capacidade de conter vazamentos de material radioativo.
Resfriamento
O aumento da quantidade de água contaminada em diferentes locais da usina dificulta a tentativa de restabelecimento do sistema de resfriamento dos reatores e compromete os esforços para evitar seu superaquecimento. Além do reator 2, o material também foi localizado em canos embaixo dos reatores 1 e 3 e há o temor de que ele transborde e termine no mar ou no solo.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco) anunciou ontem a redução de 16 toneladas para 7 toneladas na quantidade de água que é injetada a cada hora na usina, em uma tentativa de conter a acumulação de água contaminada. A medida, porém, traz o risco de que a temperatura nos reatores volte a subir perigosamente.
Os responsáveis pela usina enfrentam ainda o desafio de drenar e estocar a água com radiação de maneira segura. Enquanto isto não for feito, é pouco provável que os técnicos consigam religar os cabos que restabelecerão o fornecimento de energia para a usina.
Ontem, a água no local apresentava níveis de radiação 100 mil vezes superior aos padrões normais. A concentração é suficiente para provocar danos imediatos à saúde. Segundo tabela da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, a quantidade de radiação presente na água do reator n.º 2 pode provocar hemorragia, náusea, fadiga, vômito, queda de cabelo e diarreia.