Cientistas e oficiais do governo americanos disseram ontem que o desastre no Golfo do México, após a explosão de uma plataforma de petróleo de onde vaza óleo desde o dia 20 de abril, pode causar uma catástrofe ambiental ainda sem precedentes. Segundo os especialistas, o vazamento é a ruína de um enorme grupo de baleias e plânctons invisíveis.
Os pesquisadores disseram que encontraram pelo menos duas manchas subaquáticas que parecem ser do óleo que vaza da plataforma a quilômetros de distância de onde ocorreu a explosão. Segundo o presidente da petroleira BP, Tony Hayward, o óleo pode estar se expandindo numa velocidade maior do que a esperada. E o pior: pode continuar ocorrendo até agosto, já que a solução mais radical para contê-lo fracassou.
"Cada peixe ou outra forma de vida invertebrada que tenha contato com o óleo provavelmente vai morrer", disse Prosanta Chakrabarty, biologista da Universidade Estadual de Louisiana.
Pelo menos 76 milhões de litros de óleo, que podem chegar até a 163 milhões de litros, estão escapando por dia desde a explosão da plataforma. Várias espécies, como o camarão, o mexilhão e outros frutos do mar são a fonte de sobrevivência da população local.
No sábado, o diretor de operações da British Petroleum, Dough Suttles, anunciou que a petrolífera fracassou em sua nova tentativa de cessar o vazamento. Diante da pressão do governo e do público, o diretor-gerente da BP, Robert Dudley, disse à CNN: "Iremos redobrar nossos esforços para garantir que o óleo seja mantido longe das praias".
A empresa havia jogado lama e cimento no local de onde escapava o óleo.
Na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi ao estado de Louisiana, área mais afetada pelo vazamento de óleo e voltou a dizer que todos os custos ficarão a cargo da petroleira BP, dona do poço.