Montevidéu O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, agradeceu ao chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos pela missão mediadora do enviado do rei Juan Carlos, Juan Antonio Yáñez, para superar o conflito entre Argentina e Uruguai provocado pela construção de fábricas de celulose em Fray Bentos
Moratinos falou com Vázquez por telefone ontem à tarde, segundo o site da Presidência da República. O presidente uruguaio "ratificou totalmente sua confiança e gratidão à Espanha, à Sua Majestade o rei Juan Carlos e a seu chanceler por mediar os conflitos em curso", segundo a nota oficial.
Vázquez esclareceu, porém, que "o Uruguai não dialogará enquanto permanecer o bloqueio às pontes que unem o país à Argentina". O chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, negou ontem uma notícia publicada no La Nación, que apontava como fracassada a missão de Yáñez.
Ambientalistas da província argentina de Entre Ríos bloquearam as pontes internacionais de General San Martín e General Artigas sobre o Rio Uruguai, em protesto contra a construção da fábrica da Botnia.
O governo uruguaio reiterou em várias oportunidades que não negociará com a Argentina enquanto forem mantidas as interdições solicitando também uma medida cautelar à Corte Internacional de Justiça de Haia contra o bloqueio.
Esta semana, o pedido uruguaio levou a audiências em Haia entre delegações do Uruguai e da Argentina.
Uruguai e Argentina travam há mais um ano um dos maiores conflitos diplomáticos de sua história em torno da construção da fábrica de celulose da Botnia em Fray Bento, a 309 quilômetros ao noroeste de Montevidéu.
Outra fábrica, da espanhola Ence, também seria construída em Fray Bentos, mas na semana passada a empresa anunciou que levará as obras para a província de Colonia, 220 quilômetros ao oeste de Montevidéu.
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