Cidade do México Ele é o presidente eleito do México. No entanto, Felipe Calderón vem sendo chamado apenas de "vencedor virtual" ou "candidato ganhador" desde a noite de quinta-feira, quando o Instituto Federal Eleitoral (IFE) anunciou a sua vitória por mero 0,58 ponto porcentual nas eleições presidenciais do último domingo.
Ele, como era de se esperar, tem certeza de sua vitória. Mas, cuidadoso, sempre que se refere às ações que pretende tomar em seu governo, começa a frase em tom de cautela: "Depois que o Tribunal Federal Eleitoral confirmar a minha vitória...". Muito embora tivesse iniciado dois dias atrás uma série de eventos públicos para expor mais detalhadamente os seus planos de ação, e já se sentindo como um presidente eleito, o próprio Calderón estava determinado a evitar utilizar esse título até que o tribunal tomasse uma decisão. "Ele é muito prudente e tem pedido a todos nós, e inclusive aos seus amigos, para evitar chamá-lo de presidente, por enquanto", contou a sua porta-voz Gladis Boladeras.
Tirando de cena os 14,7 milhões de eleitores que votaram em Andrés Manuel López Obrador, do esquerdista Partido Revolucionário Democrático (PRD) que está solicitando judicialmente uma nova contagem de votos poucos mexicanos crêem que a Justiça promoverá uma reviravolta no resultado da eleição. Para o acadêmico José Woldenberg, ex-presidente do IFE, não há sentido algum em que se dramatize o pedido de impugnação apresentado pelo candidato esquerdista.
Para ele, em vez de se preocupar com os números da apuração, os mexicanos deveriam estar apreensivos com o futuro próximo. "Aconteça o que acontecer, o México terá um presidente legítimo. A questão é saber se ele será capaz de construir maiorias no Congresso ao longo dos seis anos de governo. Como a casa está dividida de forma equilibrada entre três partidos, o desafio do novo presidente será cativar pelo menos uma parcela dos outros dois. Sem isso o país não terá futuro", disse Woldenberg.
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