Na Bélgica
Polícia mata dois durante tiroteio em operação antiterrorista
Autoridades belgas anunciaram que duas pessoas foram mortas e outra foi presa durante um tiroteio em uma operação antiterrorista em Verviers, no leste da Bélgica. O alerta terrorista belga foi elevado para o segundo nível mais alto.
"Os suspeitos imediatamente e por vários minutos abriram fogo com armamento militar e revólveres contra as unidades especiais da polícia federal antes de serem neutralizados", afirmou o procurador federal Eric Van der Sypt durante coletiva em Bruxelas.
Testemunhas ouvidas pela rede pública belga RTBF descreveram ter ouvido explosões em uma rua residencial perto da estação de trem de cidade, que fica entre Liège e a fronteira alemã.
Sypt disse, que por enquanto não há conexões com os ataques de Paris.
Mais cedo, ontem, promotores disseram que detiveram um homem suspeito de ter fornecido armas para Amedy Coulibaly, que matou quatro reféns judeus em um mercado kosher de Paris na sexta-feira, dia 9.
As vendas de tranquilizantes dispararam na França desde o massacre terrorista da semana passada em Paris, enquanto o país inteiro tenta se recompor da comoção com incontáveis homenagens às vítimas, que foram enterradas em emocionantes exéquias.
O caixão do desenhista Tignous, em madeira clara e coberto totalmente de desenhos, assinaturas e mensagens, recebeu ontem uma despedida sentimental em Montreuil, na periferia leste de Paris, entre centenas de pessoas reunidas na Prefeitura da cidade.
Durante o funeral, do qual participou a ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira, foi entoada a canção italiana "Bella Ciao" (que termina com o verso "morto pela liberdade"), antes que o caixão fosse levado, entre aplausos, rumo ao cemitério de Père-Lachaise de Paris.
"Tudo pode ser desenhado, inclusive um profeta. Porque na França, país de Voltaire e da irreverência, existe o direito a rir de todas as religiões", assinalou a titular de Justiça em seu discurso.
Horas antes, nesse mesmo cemitério, foi cremado o corpo de Wolinski, outro dos chargistas assassinado no ataque à redação da Charlie Hebdo. Depois, suas cinzas foram levadas ao cemitério de Montparnasse, onde também terá sua sepultura a psicanalista da revista, Elsa Cayat.
Na quarta-feira, na intimidade, familiares receberam Cabu, outro dos cartunistas que deixaram órfã a revista comandada por Charb, que será enterrado hoje em Pontoise, ao norte da capital, no mesmo dia que o corpo do chargista Honoré será enterrado em Père-Lachaise.
Tranquilizantes
Transcorrida uma semana desde a espiral de mortes iniciadas por Amedy Coulibaly e pelos irmãos Chérif e Said Kouachi, as vendas de soníferos e tranquilizantes dispararam 18% na França desde os atentados, segundo o jornal Le Figaro.
Nas bancas do país, continuam se esgotando em minutos cada nova remessa de exemplares do "número dos sobreviventes" de Charlie Hebdo, que imprimirá 5 milhões de cópias
Outros cidadãos continuam indo em silêncio à sede da Charlie Hebdo, onde flores, lápis, livros, desenhos e mensagens continuando chegando à entrada da redação, da mesma forma que em muitas delegacias e outros lugares emblemáticos, como a Praça da República.
No plano policial, a investigação se centra em identificar e localizar possíveis cúmplices dos ataques e em reconstruir os movimentos dos terroristas antes do massacre dentro e fora da França.
Nas redes sociais, a popular hashtag #JeSuisCharlie, a mais utilizada na história do Twitter, vai cedendo a vez ao slogan #OnFaitQuoiMaintenant (Fazemos o quê agora?).
Em Madri
Fontes antiterroristas apontam que Amedy Coulibaly passou por Madri no dia 1º de janeiro, em companhia de sua namorada, Hayat Boumeddiene, de quem se suspeita que esteja na Síria.
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