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Violência na Venezuela

Venezuela: 77 ataques a defensores de direitos humanos em dois meses, diz ONG

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, em entrevista coletiva no Palácio de Miraflores, Caracas, Venezuela, em 14 de setembro de 2022. (Foto: EFE/ Rayner Peña R.)

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A Venezuela registrou 27 ataques e incidentes de segurança contra defensores de direitos humanos somente no mês de agosto, conforme informou nesta segunda-feira (19) a ONG Centro para os Defensores e a Justiça (CDJ), destacando que, embora o percentual seja 46% a menos do que no mês anterior, são "agressões mais violentas".

Em julho, aconteceram 50 incidentes contra defensores e organizações de direitos humanos, mas em agosto a violência aplicada na maioria dos 27 casos aumentou.

A organização insistiu, em seu relatório mensal, que os ataques documentados em agosto deixam um registro de "atos de intimidação, assédio, ameaças sob a aplicação da lógica do inimigo interno contra aqueles que realizam atividades de documentação e denunciam as graves violações de direitos humanos que ocorrem na Venezuela".

A ONG detalhou que dos incidentes registrados em agosto, 13 corresponderam a intimidações e assédios, nove foram casos de estigmatização e cinco foram ameaças.

Além disso, destacou que se mantém a "política de criminalização contra a defesa, reivindicação e promoção dos direitos humanos", bem como as "campanhas sistemáticas de estigmatização (...) acusações e desqualificações".

“Em agosto, persistiu o discurso desqualificador contra organizações e defensores dos direitos humanos, baseado principalmente em expressões de descrédito e acusações infundadas sobre o uso da cooperação internacional para fins intervencionistas”, afirmou.

Quanto aos autores, 12 dos atos foram de responsabilidade de instituições públicas, sete foram executados por órgãos de segurança do Estado, quatro por meios de comunicação social estatais, dois por funcionários públicos e outros dois por pessoas ou grupos associados ao partido no poder, de acordo com a fonte.

A ONG lembrou a importância do trabalho de promoção e defesa dos direitos humanos e exortou o Estado a gerar "mecanismos eficazes" para o exercício "pleno e livre" da defesa e ação humanitária.

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