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Ditadura madurista

Venezuela acusa órgão internacional de Direitos Humanos de agir como “mercenário” dos EUA

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, após reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, no Itamaraty, nesta segunda-feira (29)
O governo do ditador Nicolás Maduro é acusado de perseguir opositores políticos (Foto: EFE/ Andre Borges)

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O regime de Nicolás Maduro emitiu um comunicado nessa terça-feira (22), no qual acusa a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) de atuar como "mercenária" dos EUA.

O pronunciamento ocorre após a instituição pertencente à Organização dos Estados Americanos (OEA) questionar a intervenção do ditador nas diretorias da Cruz Vermelha e do Partido Comunista da Venezuela (PCV).

"Nós rechaçamos as últimas decisões do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que contrariam a liberdade de associação ao destituir o comitê diretivo da Cruz Vermelha e designar uma "junta de reestruturação" para assumir suas atividades. Da mesma maneira, a decisão judicial que derrubou a liderança do Partido Comunista, colocando arbitrariamente uma junta diretiva", disse a nota.

Em resposta, o chanceler venezuelano, Yván Gil, afirmou na rede social X/Twitter que o governo de Maduro discorda veementemente da "nota lamentável" da CIDH. "A Venezuela volta a denunciar a atuação mercenária da comissão em seu território, comportando-se como porta-voz do Estado americano", disse.

Após ser reeleito em 2018, em eleições consideradas fraudulentas pelos EUA e outros países, o ditador chavista ordenou a saída da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA). A decisão foi tomada depois que o secretário-geral do órgão, Luis Almagro, não reconhecer sua vitória nas urnas.

Desrespeito a direitos humanos

A Venezuela tem hoje 113 presos políticos, de um total de 288, que estão detidos há mais de três anos sem condenação, segundo informações da ONG Foro Penal, que entregou uma lista com os nomes deles ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Ainda, no mês passado, Maduro teve um pedido negado pelo TPI para suspender investigações de crimes contra a humanidade durante o seu regime ditatorial.

Além do desrespeito a direitos humanos, os opositores políticos o acusam de perseguição política, inclusive com uso de violência e intimidação, como é o caso da pré-candidata favorita às eleições primárias de outubro, María Corina Machado, que já afirmou em diferentes ocasiões ter sofrido algum tipo de ataque do regime.

Em sua última fala, ela disse que as Forças Armadas são utilizadas para perseguir os candidatos que viajam pelo país em busca de votos para o pleito.

Nessa segunda-feira (21), o ditador ainda anunciou o retorno das atividades de grupos paramilitares conhecidos como Cuadrillas de Paz (em tradução livre, Esquadrões da Paz), para proteger o país contra o "fascismo" e as supostas tentativas de golpe da oposição.

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