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O governo do presidente venezuelano Hugo Chávez acusou os Estados Unidos na quarta-feira de fomentarem violência para solapar a administração iraniana.

O socialista Chávez é amigo do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que vem reprimindo protestos oposicionistas em que oito pessoas morreram, nas manifestações mais sangrentas desde as que se seguiram à eleição presidencial contestada de junho passado.

"O governo da República Bolivariana da Venezuela rejeita categoricamente as tentativas de desestabilização promovidas pelo governo dos EUA contra a população e o governo do Irã," disse em comunicado o Ministério do Exterior da Venezuela.

"O governo bolivariano está surpreso pelo fato de um grupo de governos, encabeçado pelo império dos EUA, estar ecoando uma campanha para dividir os iranianos e disseminar a violência entre eles, em contravenção às normas elementares da paz, não interferência e respeito pela soberania," disse o comunicado.

No Irã, dezenas de milhares de partidários de Ahmadinejad se reuniram em cidades em todo o país na quarta-feira, jurando fidelidade ao sistema atual e acusando líderes oposicionistas de provocar agitação.

Bandeiras americanas e britânicas foram queimadas em Teerã.

Ambos ideólogos anti-EUA, Chávez e Ahmadinejad admiram as credenciais "revolucionárias" um do outro e pretendem enfraquecer o "imperialismo", promovendo novos centros de poder global.

O comunicado da Venezuela expressou "solidariedade" com o Irã e elogiou "sua luta incansável pela consolidação da Revolução Islâmica."

As relações entre a Venezuela e o Irã, ambos membros da Opep, causaram espécie este ano em capitais ocidentais devido ao apoio expresso por Chávez ao programa nuclear iraniano e a ajuda dada por Teerã à Venezuela no mapeamento de suas reservas de urânio.

Os dois presidentes já se reuniram cerca de uma dúzia de vezes, mais recentemente no mês passado, em Caracas.

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