• Carregando...

A Venezuela acusou nesta quarta-feira o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de querer "dinamitar" uma futura reaproximação dos dois países sob o governo do seu sucessor, Juan Manuel Santos, que começa em 7 de agosto.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, fez essa acusação ao concluir na Bolívia uma viagem por seis países sul-americanos, às vésperas de uma reunião de emergência de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para analisar a atual crise entre Bogotá e Caracas.

"O governo colombiano o que montou na última hora é um show político e midiático para agredir o governo Bolivariano da Venezuela, e para dinamitar as possibilidades de que com o novo governo (colombiano) se abram caminhos para o diálogo, de trabalho conjunto, de superação de problemas", afirmou ele em Cochabamba.

Caracas rompeu relações diplomáticas com Bogotá na semana passada por causa das acusações de Uribe de que o presidente socialista da Venezuela, Hugo Chávez, estaria sendo tolerante com a presença de cerca de 1.500 guerrilheiros colombianos no seu país.

Maduro confirmou que a Venezuela, por se considerar "vítima direta" da guerra interna colombiana, apresentará à Unasul "uma metodologia e um plano de paz para a Colômbia." O governo de Uribe já rejeitou de antemão a proposta, por vê-la como uma intromissão em seus assuntos internos.

Para Maduro, as acusações a Chávez são parte de "uma corrida enlouquecida do presidente Uribe, que está de saída, para dinamitar, para destruir qualquer vínculo, e isso é o que explica esse show."

A Venezuela pretende apresentar seu "plano de paz" na reunião de quinta-feira da Unasul em Quito, no Equador.

"Se lá na Venezuela eles têm um plano de paz, pois aqui há, se querem ajudar a que se supere o problema guerrilheiro, então digam à guerrilha que está lá que se desmobilize, que os promotores da Colômbia vão atrás deles e os trazem para cá", disse Uribe na noite de terça-feira.

Maduro argumentou que "se alguém tem sido vítima desses 60 anos de guerra (na Colômbia) somos os países vizinhos." "Nesse caso, falamos pela Venezuela, mas sabemos que outros países fronteiriços também têm sido vítimas direta desta guerra."

"É uma guerra que transborda e tende a se incrementar por causa do Plano Colômbia (ajuda militar dos EUA a Bogotá), e agora tende a se incrementar por causa das sete bases americanas (previstas num acordo militar EUA-Colômbia no ano passado)."

Durante a terça-feira, Maduro se reuniu em Lima, no Peru, com o chanceler peruano, José Antonio García Belaunde. Durante a semana, ele passou por Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Bolívia, todos eles países membros da Unasul.

Ele reiterou que a Venezuela espera uma retomada das relações depois da posse de Santos, desde que o novo governo respeite os venezuelanos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]