O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu nesta sexta-feira (27) o apoio expressado pelos presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador; de Honduras, Xiomara Castro; e da Argentina, Alberto Fernández, após a exclusão de seu país - assim como de Nicarágua e Cuba - da Cúpula das Américas.
Maduro se pronunciou em Havana, durante a cúpula de líderes da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (Alba), com palavras duras contra os Estados Unidos por sua convocatória “errática” para a Cúpula das Américas, que acontecerá em Los Angeles de 6 a 10 de junho.
“Dizemos convocação errática porque se pretendeu, e pretende-se, excluir os povos de Nicarágua, Cuba e Venezuela dessa reunião que se autodenomina Cúpula das Américas. Ficou claro durante esta semana o enorme poder que tem a consciência latino-americana e caribenha”, destacou Maduro.
O ditador venezuelano guardou uma menção especial para López Obrador, a quem elogiou “por tomar a frente na defesa da verdade, da união, da fraternidade, do debate democrático e contra a exclusão”.
México, Bolívia, Honduras e Guatemala colocaram em dúvida sua participação na cúpula se houver países excluídos, enquanto outros criticaram que Cuba, Venezuela e Nicarágua não participem da reunião. Da mesma forma, a Argentina protestou contra a possibilidade de que nem todos os países da região sejam incluídos.
Em sua fala, Maduro ressaltou que, quase 20 anos após a fundação da Alba, este fórum regional conseguiu “mostrar uma doutrina unionista, bolivariana, latino-americana e caribenha de países e governos”.
“Tivemos um dia anterior de intenso, aberto e franco debate sobre os caminhos de nossa América nesta fase. Sempre no espírito do diálogo entre iguais. Como é o espírito que nos move na América Latina e no Caribe. O espírito entre irmãos e irmãs, entre iguais, com o qual somos capazes de debater com franqueza todas as questões da agenda regional”, acrescentou.
Da mesma forma, Maduro afirmou que em livros publicados nos últimos anos pelo ex-assessor de segurança nacional do ex-presidente dos EUA, Donald Trump (2017-2021), John Bolton, e do ex-secretário de Defesa, Mark Esper, foram revelados supostos planos da Casa Branca para removê-lo do poder à força e até de “se livrar” dele.
“Hoje a Venezuela está em ritmo de recuperação (...) e essa Venezuela em ritmo de recuperação não é excluída por ninguém”, ressaltou.
Os Estados Unidos confirmaram na véspera que não convidaram Venezuela e Nicarágua para a próxima Cúpula das Américas, enquanto foram ambíguos sobre um possível convite a um representante do governo cubano.