Voo com 311 deportados dos Estados Unidos chegou nesta quinta-feira (20) a Caracas| Foto: EFE/Departamento de Imprensa do Ministério do Interior, Justiça e Paz da Venezuela
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O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, alegou nesta quinta-feira (20) que “nenhum” dos 919 imigrantes que retornaram ao país desde fevereiro pertence à organização criminosa transnacional Tren de Aragua - nascida em uma prisão do país sul-americano -, apesar das acusações dos Estados Unidos.

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“Posso provar um a um que não há um único do Tren de Aragua”, disse Cabello após a chegada de um voo com 311 repatriados, o quinto desde o mês passado, depois que a Venezuela concordou em receber deportados pelos EUA em uma reunião com Richard Grenell, representante especial do presidente americano, Donald Trump.

Em uma transmissão da rede estatal de televisão VTV, Cabello disse que o governo dos EUA havia comunicado que deportaria supostos membros do Trem de Aragua, mas, segundo ele, “está muito confuso”, porque “não enviou ninguém” da quadrilha, designada como terrorista por Washington.

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“Alguém está mentindo deliberadamente nos Estados Unidos”, disse o ministro, considerado o segundo político mais poderoso da Venezuela (depois do ditador Nicolás Maduro).

De acordo com números oficiais do regime chavista, dos 919 repatriados, 18 “têm contas pendentes a acertar com a Justiça venezuelana”.

Na quarta-feira, o governo americano defendeu-se de ter invocado recentemente a Lei de Inimigos Estrangeiros, usada apenas em tempos de guerra, para deportar supostos membros do Trem de Aragua para uma prisão em El Salvador.

Em uma entrevista coletiva, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o uso da lei de 1798, que permite detenções e expulsões sumárias em caso de guerra ou invasão de território, é justificado porque o Tren de Aragua está realizando uma “incursão predatória” nos Estados Unidos.

A Casa Branca e o presidente Donald Trump têm insistido que a chegada de imigrantes ilegais em solo americano é uma invasão e que gangues criminosas como o Tren de Aragua mergulharam o país em “um período de guerra”, como afirmou o presidente americano no último domingo após invocar a lei.

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