Caracas - O ministro de Obras Pública da Venezuela, Diosdado Cabello, advertiu ontem que o governo está disposto a confiscar a licença do canal de notícias Globovisión. Cabello disse, durante entrevista a uma emissora estatal, que "se a Globovisión não cumpre com as leis, o Estado pode lhe tirar a concessão".
O ministro indicou que o governo pode recuperar 50% da licença da Globovisión, que é uma grande crítica do governo, devido ao fato de que uma das pessoas a qual se outorgou a permissão morreu há anos.
"Esses são os mecanismos legais que vamos utilizar para que o Estado recupere 50% de sua concessão, entregue a duas pessoas, porque isso não é hereditário", afirmou o ministro.
O diretor da emissora, Alberto Federico Ravell, negou os comentários do ministro e disse que "a concessão da Globovisión está em nome de uma companhia que se chama Corpomedios". "Uma concessão pode sair no nome de uma, duas, três, quatro ou cinco pessoas e pode manter-se com esse status. Agora, quando essa concessão é repassada, cumprindo todas as normas da lei, a uma companhia, essa companhia é a concessionária", explicou.
Ravell lembrou que a Corpomedios paga há 14 anos os impostos como concessionária da Globovisión e que isso tem sido reconhecido por todas as instâncias do Estado.
Ao ser questionado sobre o mal-estar que provocou ao governo a recente entrevista que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, concedeu à Globovisión ela foi fotografada com boné da emissora em suas mãos Ravell disse que "pareceu que o boné de Hillary Clinton fez tremer a revolução".
O diretor afirmou que os processos abertos contra o presidente do canal, Guillermo Zuloaga, pela promotoria e por um tribunal, fazem parte de um "terrorismo judicial" que tem como objetivo atemorizar a emissora.
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