A Venezuela, que ameaçou romper relações com o Peru em caso de vitória do social-democrata Alan García, amenizou seu discurso nesta segunda-feira ao afirmar que os laços entre as duas nações andinas dependeriam da atitude do novo governo peruano.
O chanceler venezuelano, Alí Rodríguez, desmentiu que o presidente Hugo Chávez tenha considerado uma ruptura após a vitória de García, a não ser que se mantenham as agressões contra Caracas.
- Se a atitude for uma atitude de respeito, é possível que se abra um período de aquietamento na situação e de estabelecer uma relação normal, como deve ocorrer, sobretudo entre países irmãos - disse em uma entrevista à emissora local Unión Radio.
Ele advertiu que, caso seja mantida uma posição de enfrentamento, a situação será perturbadora não somente para ambas as nações como também "para toda a região".
Chávez ameaçou em abril romper relações com o Peru em caso de vitória de García, a quem qualificou de "demagogo" e "ladrão" em resposta ao ter sido chamado de "sem vergonha" pelo então candidato.
García criticara Chávez por ele se opor aos tratados de livre comércio com os Estados Unidos ao mesmo tempo em que vende aos norte-americanos a maior parte de seu petróleo.
- É ao presidente da República que cabe tomar as decisões em matéria de política externa - disse o chanceler quando questionado novamente sobre a ameaça. - Essa resposta somente o presidente Hugo Chávez pode dar, e seguramente ele o fará no momento oportuno.
Em meio à crise diplomática, a Venezuela decidiu em maio retirar seu embaixador do Peru, o que havia feito anteriormente o governo peruano com seu representante em Caracas.
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