A ditadura da Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, busca anexar 70% do território da Guiana| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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O governo da Venezuela anunciou, neste sábado (9), que realizará uma reunião de alto nível com o governo da Guiana para abordar a disputa territorial entre os dois países. Caracas vem anunciando nos últimos dias que deseja anexar militarmente a região de Essequibo, ação irregular que vem sendo condenada pela comunidade internacional. O governo da Guiana afirmou que o encontro está marcado para a próxima quinta-feira (14).

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O anúncio sobre a reunião ocorre dois dias depois de aeronaves militares americanas realizarem manobras sobre o território da Guiana para mandar um alerta à ditadura de Nicolás Maduro.

O comunicado ocorre também depois de Maduro ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o secretário da ONU, Antônio Guterres e com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, que ocupa a presidência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

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“Nessas conversas foi recebida a proposta de realizar uma reunião de alto nível com a Guiana, que será anunciada nos próximos dias, a fim de preservar nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz, sem interferência de atores externos", diz o comunicado.

Lula foi convidado para participar na reunião na quinta-feira, mas não afirmou se irá a São Vicente e Granadinas para o encontro. Ele pode ser substituído por seu assessor especial Celso Amorim.

A Venezuela, que no último domingo (3) aprovou em um referendo unilateral a anexação da área disputada, aceitou o apelo para a reunião “com aprovação e compromisso”.

O comunicado também aponta que, em conversas com Lula e Gonsalves, Maduro ratificou “a posição histórica sobre os inquestionáveis direitos” da Venezuela sobre a Guiana Essequiba, a área de quase 160 mil quilômetros quadrados em disputa, controlada por Georgetown.

Sobre a conversa com Guterres, o texto indica que o secretário-geral da ONU “se comprometeu a promover esforços a favor do diálogo direto entre as partes” e “lembra que sempre ofereceu seus bons ofícios para resolver a controvérsia”, que data do século XIX.

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A ação ganhou força desde 2018, diante da admissão do caso pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), que pediu à Venezuela que não concluísse ações que alterassem a dinâmica atual na área, administrada pela Guiana.

No entanto, o ditador Maduro rejeita a mediação do CIJ nesta matéria, alegação que também foi reforçada pelo referendo, em que os venezuelanos concordaram em não reconhecer a jurisdição do tribunal internacional que, em qualquer caso, emitirá uma decisão vinculante para as duas nações nos próximos meses. (Com Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]