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Legislação

Venezuela barra doações a ONGs

Estudantes protestam contra a aprovação de lei que deu poderespara Chávez governar por decreto | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Estudantes protestam contra a aprovação de lei que deu poderespara Chávez governar por decreto (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Caracas - O Congresso da Venezuela, ainda com maioria aliada do presidente Hugo Chávez, aprovou uma lei que barra investimentos estrangeiros para organizações não go­­vernamentais (ONGs) e partidos po­­líticos, somando mais uma me­­dida considerada pelos dissidentes como um ataque à oposição.

Essa é uma das muitas controversas leis do governo de Chávez em uma acelerada corrida legislativa nas últimas semanas, antes que o bloco da oposição assuma mais cadeiras em 5 de janeiro de 2011.

O congressista da oposição Juan Jose Molina disse, no Twitter, que a lei "criminaliza e persegue a oposição democrática".

Na esteira de reformas que, segundo analistas, devem beneficiar Chávez, a Assembleia Nacio­­nal da Venezuela também aprovou na noite de terça-feira uma lei que impede os deputados de votar contra seu próprio partido, sob pena de suspensão ou inabilitação política.

Segundo a oposição, a lei sobre financiamento internacional põe em risco grupos de direitos humanos e organizações que recebem esse tipo de doações, que poderão receber multas até o dobro dos valores transferidos. A norma também penaliza organizações e partidos políticos que convidam estrangeiros a visitar o país e que publicamente "deem opiniões que ofendem as instituições do Estado".

Grupos de direitos humanos da Venezuela dizem que a lei po­­derá por algumas organizações em risco de desaparecerem ao tor­­ná-las totalmente dependentes de escassas doações domésticas.

Chávez disse que as medidas são necessárias para prevenir in­­tervenção do exterior na Vene­­zue­­la, em particular pelos EUA e organizações americanas.

A Agência de Desenvolvimento Internacional americana forneceu milhões de dólares a organizações da Venezuela para programas que declaram promover a democracia.

Maioria

A partir de 5 de janeiro, a bancada chavista não contará mais com a maioria absoluta que lhe permitiu, durante cinco anos, aprovar com facilidade todas as reformas aplicadas neste período.

No ano que vem, o governo continuará contando com a maioria das 165 cadeiras no Congresso, porém, não poderá aprovar leis orgânicas sem o aval de parte dos 65 deputados opositores, eleitos em setembro.

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