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O ditador Nicolás Maduro, durante manifestação chavista no estado de La Guaira em 28 de setembro
O ditador Nicolás Maduro, durante manifestação chavista no estado de La Guaira em 28 de setembro| Foto: EFE/Imprensa do Palácio de Miraflores

A ditadura da Venezuela cancelou os passaportes de ao menos 40 pessoas, principalmente jornalistas e ativistas de direitos humanos, como parte da campanha de repressão desencadeada após a fraude eleitoral de 28 de julho, que apontou “vitória” de Nicolás Maduro no pleito presidencial.

O grupo de direitos humanos Laboratorio de Paz informou os dados do cancelamento de passaportes ao jornal inglês Financial Times. Tais anulações ocorreram sem explicação e a ONG acredita que o número provavelmente seja muito maior, devido ao medo dos venezuelanos de denunciar casos.

Em algumas situações, os passaportes foram confiscados pelas autoridades chavistas quando a pessoa tentava embarcar em voos para fora da Venezuela.

“Ao contrário de assassinato ou tortura, que têm um custo político maior, o governo descobriu que o cancelamento de passaportes é uma maneira eficaz de neutralizar e abafar vozes críticas com o mínimo de esforço”, disse Rafael Uzcátegui, codiretor do Laboratorio de Paz, ao Financial Times.

Muitos estão atravessando de forma ilegal a fronteira com a Colômbia quando precisam sair ou voltar para a Venezuela, em vez de passar por um posto de controle oficial.

“É uma política para instigar o medo. Então, preferi evitar o aeroporto e atravessar por terra, e fiz o mesmo para voltar”, explicou um ativista, que deu entrevista ao jornal inglês com a condição de que seu nome não fosse publicado.

A ditadura de Maduro intensificou a repressão à sociedade civil após os protestos que contestaram a fraude eleitoral de 28 de julho na Venezuela. Ao menos 27 pessoas foram mortas e outras 1.784 foram detidas pelas forças de segurança chavistas desde então.

Segundo o boletim mais recente da ONG Foro Penal, divulgado na semana passada, hoje há 1.916 presos políticos na Venezuela.

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