Cerimônia de chegada do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, por ocasião de sua visita oficial ao presidente Lula (PT), em maio de 2023| Foto: Ricardo Stuckert/PR
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A chancelaria do regime de Nicolás Maduro chamou de “cinzento e intervencionista” o comunicado emitido nesta terça-feira (26) pelo governo brasileiro, que afirmou estar acompanhando com "preocupação" a situação no país vizinho.

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O comunicado venezuelano veiculado nesta terça-feira por meio do X (antigo Twitter) acusa a posição brasileira de “ecoar a retórica dos EUA”, ao lançar comentários que demonstram “profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.

No comunicado, o regime venezuelano defendeu sua “conduta diplomática” e as “relações amistosas com o Brasil”, enfatizando que "nunca emitiu juízos de valor sobre os processos políticos internos" brasileiros. Com isso, exigiu “respeito pelo princípio da não ingerência em seus assuntos internos”.

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“O governo venezuelano tem mantido uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações amistosas com o Brasil, sendo que em nenhuma hipótese, emite, nem emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais que ocorrem naquele país, consequentemente tem a moral para exigir o mais estrito respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos e em nossa democracia, uma das mais robustas da região”, diz o comunicado.

“Chama a atenção que a chancelaria brasileira não esteja preocupada com as tentativas de ‘magnicídio’ e desestabilização que foram desmanteladas nas últimas semanas, incluindo a tentativa de ontem, quando um ‘extremista’ da organização Vente Venezuela foi preso com armas, disposto a atentar contra a vida do presidente Nicolás Maduro Moros, durante a impressionante manifestação que o acompanhou no momento da sua inscrição como candidato”, citou o documento, fazendo referência a acusação feita pelo regime de Caracas de que membros do partido da opositora María Corina Machado teriam tentando atacar Maduro.

Tal acusação já foi desmentida pelo Vamos Venezuela, que nas últimas semanas teve diversos membros presos e perseguidos sob acusação de crimes contra o Estado.

Apesar das críticas, o regime de Maduro agradeceu a posição do presidente Lula contra as sanções internacionais, que foram impostas à Venezuela justamente por causa de suas persistentes violações dos direitos humanos.

“Finalmente, o Governo Bolivariano agradece as expressões de solidariedade do Presidente Lula Da Silva, que condenam direta e inequivocamente o bloqueio criminoso e as sanções que o governo dos Estados Unidos impôs ilegalmente, com o objetivo de produzir dano ao nosso povo”, conclui o texto venezuelano.

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Nesta segunda (25), sete países latino-americanos, incluindo a Argentina e o Uruguai, emitiram um comunicado conjunto expressando preocupação com os obstáculos impostos pelo chavismo à inscrição de Corina Yoris, escolhida por Machado como candidata da plataforma opositora.

O impedimento de Yoris, sem motivos, coloca em xeque a integridade do processo eleitoral venezuelano. O Brasil, contudo, não assinou este comunicado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]