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O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, alegou que o anúncio contraria o compromisso da Guiana de “boa vizinhança e coexistência pacífica”
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, alegou que o anúncio contraria o compromisso da Guiana de “boa vizinhança e coexistência pacífica”| Foto: EFE/Rayner Peña R

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, classificou como “provocações” o anúncio do envio de um navio de guerra britânico à Guiana, com quem Caracas disputa a região do Essequibo.

“Um navio de guerra em águas a serem delimitadas? E então? E o compromisso com a boa vizinhança e a coexistência pacífica? E o acordo de não ameaçar e usar a força uns contra os outros em nenhuma circunstância?”, escreveu López no X.

“Permanecemos alertas a estas provocações que colocam em risco a paz e a estabilidade do Caribe e da nossa América!”, acrescentou o ministro chavista.

Um porta-voz do Ministério da Defesa britânico confirmou que o HMS Trent, um navio britânico que havia sido enviado ao Caribe para combater o tráfico de drogas, seria transferido após as ameaças da Venezuela de anexar o Essequibo.

A disputa entre Caracas e Georgetown vem desde o século 19, quando a Guiana ainda era colônia do Reino Unido. Um laudo arbitral internacional de 1899 estabeleceu o Essequibo como parte da Guiana Britânica.

O Acordo de Genebra de 1966, assinado às vésperas da independência guianense do Reino Unido, não contrariou esse entendimento, mas admitiu que a Venezuela poderia contestá-lo. A disputa teria que ser resolvida dentro de quatro anos, mas isso não ocorreu.

A Venezuela voltou a se interessar pela região nos últimos anos, quando grandes reservas de petróleo foram descobertas no Essequibo.

No último dia 3, em um contestado referendo, a população venezuelana aprovou a anexação da região, correspondente a 70% do território guianense.

Em seguida, a ditadura de Nicolás Maduro anunciou medidas como a criação de uma zona de defesa integral na Guiana Essequiba, como Caracas chama a região guianense, e de um estado venezuelano na área e ordens para que estatais do país explorem e emitam licenças para exploração de petróleo e outros recursos na região.

O governo venezuelano também divulgou um mapa em que o Essequibo consta como parte da Venezuela e está emitindo documentos de identidade para moradores do território guianense na cidade de Tumeremo, localizada na província venezuelana de Bolívar, perto da fronteira com a Guiana.

Em encontro realizado no dia 14 em São Vicente e Granadinas, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e Maduro se comprometeram a buscar uma solução pacífica para a disputa.

Em comunicado divulgado depois da reunião, Venezuela e Guiana afirmaram que concordaram que “direta ou indiretamente, não ameaçarão ou usarão a força uma contra a outra sob quaisquer circunstâncias, incluindo aquelas decorrentes de qualquer disputa existente entre ambos os Estados”.

Também ficou decidido que as duas partes se reunirão novamente, desta vez no Brasil, dentro dos próximos três meses “ou em outro momento acordado” para conversas sobre o território disputado. Para as negociações, foi criada uma comissão mista com representantes guianenses e venezuelanos.

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