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A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) da Venezuela continua os exercícios militares iniciados na quinta-feira (28) na região atlântica do país, em resposta à chegada de um navio de guerra britânico à costa da Guiana, que Caracas considera uma ameaça em função da disputa territorial que mantém com o país.
"A FANB permanece mobilizada no exercício militar de ação conjunta com a interoperabilidade dos meios navais e aeroespaciais do sistema de defesa territorial do Atlântico Leste", disse o comandante estratégico operacional da instituição militar, Domingo Hernández Lárez, na rede social X.
Ele explicou que essas manobras, que já começaram, servem para avaliar "os níveis de prontidão, a alta capacidade de reação e a coesão da força-tarefa, no cumprimento da missão de garantir a soberania e a integridade territorial".
Hernández Lárez publicou fotografias que mostram operações aéreas, marítimas e terrestres que, segundo o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, na quinta-feira, estão sendo realizadas no estado de Sucre, no nordeste do país, localizado no Mar do Caribe.
O mandatário condenou a chegada do navio HMS Trent da Marinha britânica à Guiana, uma ex-colônia do Reino Unido, que ele considera uma "ruptura" dos acordos que assinou em 14 de dezembro com o presidente guianense, Irfaan Ali, com quem se comprometeu a não ameaçar um ao outro e evitar incidentes nessa disputa.
Após o anúncio da chegada do navio, a Venezuela enviou 5.682 "combatentes", 28 aeronaves e 16 embarcações, entre outros, para esses exercícios, cuja duração e alcance são desconhecidos.
Hoje, Ali insistiu em seu compromisso de manter "relações pacíficas" com a Venezuela e afirmou que a chegada do navio "não representa uma ameaça a ninguém", já que essas ações "não pretendem de forma alguma ser agressivas ou constituir um ato ofensivo contra qualquer Estado".
A disputa com a Guiana aumentou depois que a Venezuela aprovou em 3 de dezembro, em um plebiscito unilateral, a anexação da área disputada sob o controle de Georgetown e cuja controvérsia está nas mãos da Corte Internacional de Justiça.
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