O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aceitou nesta quinta-feira a sugestão de comissão de ministros das Relações Exteriores da União das Nações Sul-americanas (Unasul) de criar um conselho de direitos humanos no país.

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"Uma recomendação ao presidente Maduro foi a criação de um escritório, de um órgão de direitos humanos que dependa diretamente do Executivo nacional", disse em discurso televisionado o vice-presidente do país, Jorge Arreaza.

Esta é a primeira das recomendações da Unasul feitas a Maduro reveladas publicamente, enquanto se espera um relatório da comissão de chanceleres, que pode ser divulgado ainda hoje. "O presidente, em diálogo com a chanceler María Angela Holguín, da Colômbia (...) imediatamente aceitou essa sugestão, assim como aceitou outras", afirmou Arreaza. Segundo o vice-presidente, o conselho receberia as denúncias de violações dos direitos humanos. O organismo será composto por representantes da comunidade, ONGs e outros órgãos de defesa dos direitos humanos.

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A delegação dos ministros da Unasul - integrada por 12 países da região - visitou Caracas na terça e quarta-feira para se inteirar sobre a situação política e social no país. A comissão conseguiu se reunir com quase todos os atores políticos venezuelanos, desde o presidente Maduro, passando por líderes opositores, personalidades religiosas e até estudantes, um setor considerado radical por inicialmente se opor a qualquer diálogo com o governo.

Da Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos indicou hoje que foi criado um grupo de três chanceleres - cujos nomes não foram anunciados - para mediar um diálogo entre o governo e a oposição. "Interessa a todos que a situação na Venezuela melhore", disse Santos. "A oposição tinha uma série de condições para que esse diálogo ocorresse, aparentemente o governo (de Maduro) aceitou ontem à noite" essas condições, salientou Santos.

Enquanto isso, também nesta quinta-feira os EUA sinalizaram maior disposição de impor sanções sobre a Venezuela se o governo de Maduro não se reconciliar com os oponentes, que protestam há quase três meses. A secretária assistente do Departamento de Estado dos EUA, Roberta S. Jacobson, disse hoje que sanções podem ser uma importante ferramenta para pressionar Maduro se ele não conseguir convencer os críticos de sua administração a dialogar ou proteger os direitos humanos da população venezuelana. Roberta afirmou a repórteres que o país iria trabalhar com seus parceiros na região para impor qualquer medida do tipo. Fonte: Associated Press.