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Cúpula na Rússia

Venezuela critica Brasil por veto à entrada nos Brics: “Gesto hostil”

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante a cúpula dos Brics em Kazan, na Rússia (Foto: EFE/Imprensa do Palácio de Miraflores)

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Numa declaração divulgada na noite desta quinta-feira (24), a ditadura da Venezuela acusou e criticou o Brasil por ter barrado sua entrada nos Brics, durante a cúpula que foi encerrada hoje em Kazan, na Rússia.

A Venezuela é candidata a entrar no bloco de economias emergentes e o ditador Nicolás Maduro participou da cúpula como convidado. Na quarta-feira (23), ele se encontrou com o ditador russo, Vladimir Putin.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou nas suas redes sociais um comunicado no qual agradeceu a Putin pelo convite, antes de fazer críticas ao Brasil.

“[...] através de uma ação que contraria a natureza e o postulado dos Brics, a representação da chancelaria brasileira (Itamaraty), liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que [o ex-presidente Jair] Bolsonaro aplicou durante anos à Venezuela, reproduzindo o ódio, a exclusão e a intolerância promovidos desde os centros de poder ocidentais para impedir, por enquanto, a entrada da Pátria de Bolívar nesta organização, numa ação que constitui uma agressão contra a Venezuela e um gesto hostil que se soma à política criminosa de sanções que foram impostas contra um povo corajoso e revolucionário, como o povo venezuelano”, diz a nota.

“O povo venezuelano sente indignação e vergonha por esta agressão inexplicável e imoral da chancelaria brasileira (Itamaraty), mantendo a pior das políticas de Jair Bolsonaro contra a Revolução Bolivariana fundada pelo Comandante Hugo Chávez”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado histórico do chavismo, vem cobrando que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgue as atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho, que o órgão chavista diz ter sido vencida por Maduro.

Tal postura desagrada a oposição venezuelana, que cobra que o petista reconheça a vitória do seu candidato, Edmundo González, como fizeram Argentina e Estados Unidos. Lula também foi criticado pela oposição venezuelana por ter sugerido, junto com o presidente colombiano, Gustavo Petro, que uma nova eleição fosse realizada no país.

Porém, Lula também vem sendo condenado por setores do chavismo: na semana passada, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, disse que Lula foi cooptado na prisão pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, e que ele o presidente chileno, Gabriel Boric, são porta-vozes da esquerda latino-americana que foram colocados para falar “as coisas mais absurdas” sobre a Venezuela.

Dias depois, o regime venezuelano se desvinculou da declaração de Saab e alegou que se trata de uma opinião “de caráter muito pessoal” do procurador-geral. Também disse ter “respeito absoluto” por Lula.

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