| Foto: Federico Parra/AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou que as repartições públicas não trabalharão às sextas nos meses de abril e maio como parte das medidas de emergência para economizar energia diante da queda drástica do volume de água nas hidrelétricas.

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“Teremos fins de semana mais longos durante os quais precisamos aumentar o aporte da administração pública nacional, estadual e municipal [à mobilização contra a crise elétrica]”, disse Maduro na noite desta quarta-feira (6).

A medida, que deve ser publicada nesta quinta (7) no Diário Oficial, foi anunciada durante o programa semanal de TV do deputado chavista e ex-presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello.

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Há algumas semanas, as repartições públicas já vêm funcionando apenas na parte da manhã.

O setor privado também está sujeito a medidas. Shoppings em todo o país só recebem energia elétrica do meio-dia às 19 horas.

O sentido de urgência aumentou no início desta semana, quando a estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) informou que o volume de água da represa Guri (sudeste), onde fica uma central hidrelétrica responsável pelo fornecimento de 63% da energia no país, baixou para 243,94 metros acima do nível do mar, índice mais baixo da história.

Nesta quarta, o nível desceu para 243,66 metros. Caso fique abaixo de 240 metros, não haverá água suficiente para manter as turbinas funcionando, e a central seria desligada, provocando um apagão generalizado.

O fornecimento de água também está afetado. A maioria das residências no país está submetida a racionamento. No edifício onde reside a reportagem, numa área nobre de Caracas, só há água durante 1h30 por dia.

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A oposição admite os efeitos da seca, mas acusa o governo de ter desviado verbas destinadas a investimentos no setor hidrelétrico e de ter falhado em criar infra-estrutura para se precaver.

Outros países, como a Colômbia, também sofrem os efeitos da seca, mas o racionamento não atinge as mesmas proporções que na Venezuela.

Maduro pediu à população “máxima consciência” na hora de usar energia elétrica.

Além dos problemas ligados à falta de água, venezuelanos enfrentam desabastecimento, inflação de três dígitos e índices de violência semelhantes aos de países em guerra.

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