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Às vésperas da posse

Venezuela distribuirá cartazes de “Procurado” contra ex-presidentes latino-americanos

O ministro chavista Diosdado Cabello ao lado do ditador Nicolás Maduro (Foto: EFE/ Rayner Peña R.)

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O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, número 2 do chavismo, anunciou que o país distribuirá por todo o país cartazes de “Procurado” contra sete ex-presidentes latino-americanos que manifestaram apoio ao líder opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições de julho contra o ditador Nicolás Maduro.

O ministro chavista ordenou às Forças Armadas e às forças policiais que distribuíssem "pelas ruas, portos e aeroportos" os cartazes contra os ex-presidentes Andrés Pastrana (Colômbia), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Vicente Fox e Felipe Calderón (México), Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Balladares (Panamá) e Jamil Mahuad (Equador).

Cabello mostrou durante a transmissão de seu programa semanal na emissora estatal VTV os cartazes que serão utilizados, rotulando cada um dos antigos mandatários de países vizinhos como "invasor estrangeiro" e acusando-os de "conspiração e cumplicidade em atos terroristas, bem como de ameaçar a paz da Venezuela".

O ministro disse que esses alertas deveriam ser divulgados em todo o território nacional “porque trata-se de criminosos”, referindo-se aos ex-presidentes.

"Como é que vão entrar em um país que ninguém lhes convidou? Olha, vocês não estão entrando na Venezuela por uma razão: nós não queremos que vocês entrem na Venezuela, porque este país é um país soberano, este é um país independente", declarou o número 2 do chavismo.

E tom de ameaça, Cabello acrescentou: "Agora, se quiserem vir, estamos esperando por vocês aqui, ficaremos felizes em esperar por vocês, então não reclamem depois".

A Assembleia Nacional (Parlamento da Venezuela), controlada pelo chavismo, declarou os ex-presidentes alvos da medida, bem como Jorge Quiroga (Bolívia) e Laura Chinchilla (Costa Rica), como “persona non grata”, na última terça-feira.

O líder opositor Edmundo González, que afirma ter vencido as eleições presidenciais de 28 de julho, diz que será empossado no cargo, enquanto Maduro insiste, apesar da falta de provas da vitória eleitoral, que tomará posse nesta sexta-feira (10).

Esta sexta-feira promete ser marcada por uma nova espiral de violência do regime chavista, já observada nos dias anteriores, após a prisão de mais de 20 líderes de oposição, ativistas e estrangeiros acusados de serem "mercenários".

Regime Maduro confirma prisão de ex-candidato presidencial por suposto "golpe"

Ainda na noite desta quarta-feira (8), o regime da Venezuela confirmou a prisão do ex-candidato presidencial da oposição Enrique Márquez.

Segundo Diosdado Cabello, Márquez estaria envolvido em um "golpe de Estado". O ministro chavista alegou que foi encontrado um documento de 21 páginas em seu computador propondo a realização de uma cerimônia de posse do líder da maior coalizão da oposição, Edmundo González Urrutia - que reivindica a vitória nas eleições de julho -, em uma embaixada venezuelana no exterior.

"Como esse senhor não pode vir aqui, ou não quer vir, cinco criminosos se reuniriam na sede de uma embaixada estrangeira", afirmou Cabello, que indicou que as sedes diplomáticas do país caribenho nos Estados Unidos e no Peru, com os quais Caracas não tem relações, foram assumidas pelos governos desses países.

Segundo o documento lido por Cabello durante a transmissão de seu programa semanal na emissora estatal“VTV, a proposta consistia em empossar González “perante uma assembleia de cidadãos venezuelanos" como presidente para o período 2025-2031, em "uma sede diplomática da República da Venezuela, como extensão irrevogável da soberania da república no exterior".

O representante da ditadura de Nicolás Maduro ainda alegou uma conexão de Márquez com um funcionário do FBI, preso na última terça-feira na Venezuela junto a outros seis estrangeiros no país, e a quem o Executivo de Maduro tachou como "mercenários".

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