O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, divulgou nesta terça-feira (5) um "novo mapa" do país com a incorporação da área disputada com Guiana, Essequibo, que corresponde a 70% do território vizinho. O anúncio foi feito durante um pronunciamento público diante de governadores, prefeitos, ministros, diplomatas e outras autoridades.
O líder chavista apresentou o projeto à Assembleia Nacional da Venezuela, propondo a criação de uma lei que reconheça a nova província de Guiana Esequiba. O novo mapa já integra as ações dos órgãos governamentais, que incluíram Essequibo nas ilustrações. "Ordenei imediatamente a publicação e divulgação do mapa em todas as escolas, colégios, conselhos comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e em todos os lares do país, o novo mapa da Venezuela com a nossa Guiana Esequiba. Este é o nosso querido mapa!", publicou o ditador na rede social X (antigo Twitter).
Ainda, o ditador venezuelano ordenou que a estatal petroleira PDVSA fizesse a concessão de licenças para a exploração de petróleo e gás na região e que fosse iniciada a emissão de cidadania do país aos habitantes do território alvo de disputa.
Maduro também pediu a criação de uma divisão da CVG - um conglomerado de empresas estatais de mineração, silvicultura e energia elétrica - para desenvolver projetos na área. O sucessor de Hugo Chávez propôs estabelecer uma regra que proíba a contratação de empresas que operem ou colaborem nas concessões dadas pela Guiana no mar que a Venezuela considera "pendente de ser delimitado".
Diante do pronunciamento, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou nesta quarta-feira (6) que o país acionará o Conselho de Segurança da ONU, a fim de frear as ações da ditadura no país vizinho.
Ali considerou o anúncio de Maduro um "desrespeito flagrante" à decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que barrou qualquer iniciativa da Venezuela que seja uma ameaça à zona disputada. "A Força de Defesa da Guiana está em alerta máximo. A Venezuela se mostrou claramente uma nação fora da lei", afirmou o presidente guianense.
Após a declaração, o líder da Guiana disse que já conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre a situação, tornando a discussão no Conselho de Segurança uma possibilidade.
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