A ditadura da Venezuela informou neste sábado (7) esperar que as agências das Nações Unidas cessem com o que considera ser a "difamação" contra o país e se dediquem a "cumprir a missão confiada pelos Estados-membros". A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores venezuelano.
O novo chanceler da Venezuela, Yván Gil, disse que seu país espera que "as instituições do sistema das Nações Unidas se dediquem, técnica e profissionalmente, ao cumprimento da missão que lhes foi confiada pelos Estados-membros, e que deixem de usá-los para difamar a pátria".
A mensagem, publicada na sua conta do Twitter, responde a uma postagem em redes sociais do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), na qual felicitou Gil pela sua nomeação para o cargo de ministro das Relações Exteriores da Venezuela e ratificou seu compromisso de "avançar no diálogo construtivo empreendido com seus antecessores". Apesar das felicitações, o Acbur garantiu que espera “continuar com entusiasmo” o seu trabalho para “assegurar que todas as pessoas que tiveram que fugir de suas casas em busca de proteção tenham acesso a seus direitos na Venezuela” – o que foi considerado "difamação" pela ditadura de Nicolás Maduro.
Com essa mensagem, segundo a Chancelaria, o Acnur “manipula com a questão da migração venezuelana”. “O governo do presidente Nicolás Maduro demonstrou que o fluxo migratório vivido no país se deve aos desequilíbrios econômicos induzidos pelas medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos e seus aliados europeus”, afirmou.
Afrouxamento de sanções
A Venezuela vive uma grave crise humanitária e o governo assinou, no fim de 2022, um acordo para criar um fundo administrado pela ONU para permitir que o país tenha acesso a mais de US$ 2,7 bilhões que estavam retidos no exterior por conta das sanções internacionais contra o governo ditatorial de Nicolás Maduro.
Em resposta ao acordo, os Estados Unidos anunciaram que voltarão a permitir que a petroleira Chevron importe petróleo e derivados produzidos em território venezuelano, desde que a gigante estatal do país de Nicolás Maduro, a PDVSA, não seja beneficiada financeiramente. De acordo com comunicado do Departamento do Tesouro americano, a flexibilização estaria alinhada à “política histórica de Washington de aliviar sanções com base em medidas que aliviem o sofrimento do povo venezuelano e apoiam a retomada da democracia”.
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