O governo da Venezuela anunciou nesta terça-feira (26) que revisará suas relações com os países que compõem o G7 devido a um pronunciamento do grupo no qual apoia o líder opositor Edmundo González como vencedor da eleição presidencial de 28 de julho. O ditador Nicolás Maduro foi proclamado vencedor pelos órgãos oficiais chavistas.
“Advertimos os países do G7 que essa atitude arrogante e interferente não passará sem contestação. A Venezuela procederá a uma revisão abrangente de suas relações com cada um dos governos que compõem esse grupo, porque o respeito à soberania nacional não é negociável”, informou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores venezuelano.
A Venezuela considerou que o grupo - formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - “insiste em acreditar que é o árbitro da democracia global enquanto encobre seus próprios fracassos políticos, econômicos e morais, apoiando genocídios e incentivando a disseminação da ideologia nazista e fascista na Europa e no mundo”.
“Eles estão tentando, a partir do complexo colonialista e imperialista, preparar o terreno para desconsiderar as instituições e as decisões do povo venezuelano”, acrescentou o regime venezuelano, em sua resposta ao que descreveu como um “pronunciamento absurdo” das sete democracias mais industrializadas do mundo.
Os ministros das Relações Exteriores do G7 exigiram nesta terça-feira a libertação de todos os presos políticos “injustamente detidos” na Venezuela após as eleições, e disseram que continuarão a “apoiar os esforços dos parceiros regionais” para uma transição democrática no país, governado pelo chavismo desde 1999.
“Em 28 de julho, o povo venezuelano se expressou claramente nas urnas, votando pela mudança democrática e apoiando Edmundo González Urrutia com uma maioria significativa”, diz a declaração final da cúpula do G7 realizada na Itália.
Os membros do G7 também disseram estar “profundamente perturbados” com as “contínuas violações e abusos dos direitos humanos sofridos pela oposição política, pela sociedade civil e pela imprensa independente” após a eleição presidencial na Venezuela, cujo resultado oficial foi considerado fraudulento pela oposição e por governos de vários países.
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