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Apoiadores do chavismo em manifestação a favor da anexação do Essequibo, em novembro
Apoiadores do chavismo em manifestação a favor da anexação do Essequibo, em novembro| Foto: EFE/Miguel Gutierrez

De forma bastante inusitada, tanto Venezuela quanto Guiana comemoraram uma decisão anunciada nesta sexta-feira (1º) pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a região do Essequibo, disputada pelos dois países.

Em resposta a uma demanda da Guiana para que o tribunal suspendesse um referendo sobre a área, que a Venezuela vai realizar no domingo (3), a CIJ deliberou que “a República Bolivariana da Venezuela deve se abster de quaisquer ações que possam modificar a situação que prevalece atualmente” e que “as duas partes devem se abster de quaisquer ações que possam agravar ou estender a disputa ou torná-la ainda mais difícil de resolver”.

No referendo de domingo, a população da Venezuela vai decidir se o governo deve tomar medidas para anexar a região do Essequibo, uma área da Guiana sobre a qual Caracas reivindica soberania e que representa cerca de 70% do território do país vizinho. Uma das medidas a serem votadas é a criação de um estado venezuelano na área disputada.

Em nota, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, elogiou a decisão da CIJ. “Como o tribunal deixou claro, a Venezuela está proibida de anexar ou invadir o território da Guiana ou de tomar quaisquer outras ações - independentemente do resultado do seu referendo de 3 de dezembro - que alterem o status quo em que a Guiana administra e controla a região do Essequibo”, disse Ali.

Por sua vez, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, também comemorou, ao afirmar que a decisão da CIJ não proibiu especificamente a realização do referendo. “Concretamente, os pedidos da Guiana foram rejeitados”, declarou nesta sexta-feira.

Ela afirmou que a votação de domingo “ratificará que nossos direitos sobre a Guiana Essequiba [como Caracas chama a região] são irrevogáveis ​​e inquestionáveis”. “A verdade da nossa pátria triunfou”, disse Rodríguez.

A CIJ deliberará posteriormente sobre quem tem soberania sobre a região, mas uma das perguntas do referendo é justamente se a população venezuelana reconhece a jurisdição da corte de Haia no caso.

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