Os governos da Nicarágua e da Venezuela anunciaram nesta sexta-feira (5) que aceitaram o pedido de asilo a Edward Snowden, ex-agente da CIA responsável pela revelação de dois programas ultrassecretos de espionagem eletrônica promovidos pelos Estados Unidos.
Em breve comunicado, uma TV estatal venezuelana disse que o presidente, Nicolás Maduro, atendeu à solicitação de Snowden para que o "jovem viva tranquilo".
Já o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi mais cuidadoso e afirmou que aceitaria o pedido "se as circunstâncias permitirem".Maduro
"Na condição de chefe de Estado e de governo da República Bolivariana da Venezuela, decidi oferecer asilo humanitário ao jovem estadunidense Edward Snowden, para que possa vir a viver livre da perseguição do império", declarou Maduro em uma cerimônia para celebrar a independência venezuelana.
Snowden está foragido desde que vazou as informações sobre os programa de espionagem generalizada de cidadãos norte-americanos e estrangeiros pelos EUA, no mês passado. Em 23 de junho, ele saiu de Hong Kong com destino a Moscou e encontra-se atualmente na zona de trânsito do aeroporto internacional moscovita.
Ao anunciar a oferta de asilo humanitário, Maduro disse ter expressado "a vontade de diversos governos latino-americanos". Na véspera, o herdeiro político de Hugo Chávez manifestou a intenção de rejeitar um pedido prédio de extradição feito pelos Estados Unidos ao Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
O asilo humanitário é regido por uma convenção internacional e pode ser concedido a estrangeiros em risco de perseguição em seus países de origem.
Segundo Maduro, Snowden é um "rebelde valoroso" que merece "ser protegido por humanidade". O governo dos EUA acusa Snowden de espionagem e roubo de propriedade do governo. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.
Asilo
Snowden, que está desde 23 de julho no aeroporto Sheremetyevo de Moscou, solicitou asilo político a outros países, segundo informou nesta sexta-feira (5) o portal Wikileaks pelo Twitter.
"Edward Snowden solicitou asilo a outros seis países. Não serão desvelados por enquanto devido à interferência dos Estados Unidos", diz a mensagem de Twitter.
Segundo o Wikileaks, Snowden pediu asilo em 27 países - 15, segundo o Kremlin - muitos dos quais ou rejeitaram a solicitação ou puseram como condição que o litigante se encontre em seu território.
Os últimos a negar asilo a Snowden foram a Itália e a França - cujo ministro do Interior, Manuel Valls explicou que os EUA "são um país amigo" e "democrático" que tem "uma justiça independente" e com o qual tem convenções de cooperação judicial.
Enquanto isso, Moscou pediu a Snowden que se decida se pedirá ou não asilo político na Rússia, cujo presidente, Vladimir Putin, lhe deu como condição para ficar no país que renuncie a suas atividades contra os EUA.
As autoridades russas deixaram claro, no entanto, que não entregarão Snowden de forma alguma, independentemente das ações que tenha cometido.
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