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Em 2015, o ex-prefeito Antonio Ledezma foi preso pela ditadura de Nicolás Maduro pela acusação de tentar um golpe no país
Em 2015, o ex-prefeito Antonio Ledezma foi preso pela ditadura de Nicolás Maduro pela acusação de tentar um golpe no país| Foto: EFE/Giorgio Viera

A justiça venezuelana emitiu um novo mandado de captura para o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, e vai iniciar um processo para pedir a sua extradição à Espanha, onde está exilado desde 2017, informou nessa segunda-feira (21) o procurador-geral Tarek William Saab.

"Solicitamos um mandado de captura para Antonio Ledezma, que foi concedido, pelos crimes de traição, conspiração, instigação e associação à prática de crime", disse o procurador-geral aos jornalistas.

Saab afirmou que o novo pedido de captura contra o ex-prefeito — que fugiu da Venezuela em 2017, violando a prisão domiciliar à qual estava submetido por acusações de conspiração — se deve a declarações recentes nas quais falou de planos de "desobediência civil" no país.

Segundo o procurador, são "declarações graves" nas quais Ledezma "afirma que está nascendo uma rebelião civil na Venezuela com o apoio de um levante militar".

"Mais uma vez, o Ministério Público está tomando medidas para solicitar que a Espanha acabe de extraditar o fugitivo para a Venezuela. Esperamos que desta vez o Reino da Espanha, o governo espanhol e as suas autoridades acabem de extraditar pessoas como esta, que não se preocupam com a família venezuelana ou com a paz dos venezuelanos", analisou.

As extradições da Espanha para a Venezuela têm sido frustradas pela Audiência Nacional, que desconfia da forma como os detidos serão tratados quando regressarem ao país sul-americano.

No entanto, a justiça espanhola investigou o ex-prefeito e outros venezuelanos por suposta lavagem de dinheiro roubado da petroleira estatal venezuelana PDVSA.

No final de julho, Ledezma foi convocado pela promotoria espanhola para depor como "vítima" — como ele mesmo explicou — em uma investigação do Tribunal Penal Internacional sobre crimes contra a humanidade na Venezuela, que inclui a apuração de abusos em processos penais.

Uma reportagem do jornal El País apontou que mais de 20 ataques a opositores da ditadura madurista já aconteceram somente após as primárias eleitorais, com ameaças contra candidatos nas ruas e por meio de mensagens anônimas.

O principal alvo é a opositora María Corina Machado, que lidera as pesquisas de opinião. Ela já denunciou perseguição política pelo atual governo venezuelano em diversas ocasiões.

O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma é um dos principais assessores de Machado. (Com informações da Agência EFE)

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