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A Justiça da Venezuela expediu mandados de prisão contra três ex-deputadas da oposição - exiladas na Espanha e nos Estados Unidos - que integram uma diretoria recentemente criada pelo Parlamento de 2015, cujo mandato terminou em janeiro de 2021, para administrar os bens do Estado no exterior, segundo informou nesta segunda-feira o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab.
"Estas criminosas (...), Dinorah Figuera, Marianela Fernández e Auristela Vásquez, agora pretendem se autoproclamar como uma diretoria ad hoc de uma Assembleia Nacional cujo prazo expirou (...) Nós as processamos e solicitamos os respectivos mandados de prisão", afirmou Saab em declarações à imprensa.
O procurador-geral detalhou que as opositoras são acusadas dos crimes de usurpação de funções, traição à pátria, lavagem de capitais e associação criminosa, e que a Venezuela fez um pedido de alerta vermelho à Interpol, para o qual espera a colaboração de Espanha e dos Estados Unidos, onde as ex-deputadas residem.
"Vamos ver o que os governos desses países fazem com nossos pedidos", acrescentou.
Saab indicou que também foi solicitada a apreensão dos bens e o bloqueio das contas das três ex-deputadas, além de outros dois mandados de prisão contra José Figueredo Márquez e Luis Alberto Bustos, nomeados secretário e subsecretário desta espécie de parlamento paralelo que não reconhece a legitimidade da atual legislatura, controlada pelo chavismo.
Neste domingo, a oposição venezuelana reunida na Plataforma Unitária denunciou que há uma "perseguição judicial" contra a nova diretoria do Parlamento de 2015 que, apesar de não ter nenhum poder real no país, mantém o controle de alguns ativos do Estado no exterior.
Depois de concordar em eliminar o chamado "governo interino" no final de dezembro, a oposição que mantém este "parlamento paralelo" nomeou Dinorah Figuera, exilada na Espanha, como presidente do conselho de administração, enquanto Fernández e Vásquez foram nomeadas primeira e segunda vice-presidente, respectivamente.