A presidente argentina Cristina Kirchner (ao centro) anunciou a entrada da Venezuela no bloco do Mercosul a partir de julho deste ano| Foto: REUTERS/Enrique Marcarian
CARREGANDO :)

Ao fim da reunião da cúpula do Mercosul, a presidente Cristina Kirchner, da Argentina, anunciou uma das notícias mais aguardadas do evento: a Venezuela passa a fazer parte do bloco, como membro-pleno, a partir do dia 31 de julho, quando os países integrantes do grupo voltam a se reunir no Rio de Janeiro.

Publicidade

A cúpula decidiu aceitar a Venezuela de Hugo Chávez como membro-pleno respeitando uma das razões de ser do bloco: a busca por uma integração mais ampla e "sem preconceitos".

O grupo reunido em Mendoza, na Argentina, afirmou que o processo-relâmpago que resultou na destituição de Fernando Lugo, no Paraguai – da acusação ao impeachment foram apenas 30 horas –, representa uma ameaça à ordem democrática defendida pelo Mercosul. "Daremos força à escolha da população paraguaia", disse Cristina, em referência ao pleito que elegeu Lugo.

A cúpula do Mercosul é formada por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (que está suspenso temporariamente). Também fazem parte do bloco o Equador de Rafael Correa, a Bolívia de Evo Morales, Peru (Ollanta Humala) e Chile (Sebastián Piñera).

Repercussão

Hugo Chávez comentou a decisão do Mercosul em uma entrevista para a emissora Telesur, exaltando o poder que o grupo terá com a entrada da Venezuela. "Temos uma das reservas mais importantes de petróleo, gás e água do mundo", disse. "Agora, o Caribe faz parte do Mercosul."

Publicidade

O líder venezuelano havia pedido para fazer parte do Mercosul em um encontro de presidentes ocorrido em Caracas sete anos atrás. Desde então, Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram o pedido, enquanto o Paraguai emperrava a entrada do país desde pelo menos 2009.

Chávez se referiu ao Mercosul como "um escudo contra o imperialismo".

Mercosul decidiu castigar classe política paraguaia, diz Lugo

Os chefes de Estado do Mercosul resolveram castigar a classe política do Paraguai por ter quebrado a ordem democrática, afirmou nesta sexta-feira (29) o presidente deposto Fernando Lugo.

"Os chefes de Estado do Mercosul decidiram castigar a classe política paraguaia pela ruptura da ordem democrática, evitando adotar qualquer medida econômica que prejudique o povo paraguaio", disse o ex-presidente, destituído por um impeachment relâmpago.

Publicidade

Lugo observou que "a democracia da região decidiu punir a classe política paraguaia por violar a constituição e toda a jurisprudência nacional e internacional sobre o direito à defesa e ao devido processo". Todo o processo de impeachment durou pouco mais de 24 horas.

O ex-presidente afirmou que a decisão contra o governo paraguaio "se ajusta às normas vigentes no Mercosul".