A Venezuela expulsou na noite desta quinta-feira (18) o diretor latino-americano do Human Rights Watch (HRW), uma das maiores organizações dos direitos humanos do mundo, o chileno José Miguel Vivanco, pouco depois de um informe da Organização Não-Governamental (Ong) contendo críticas ao governo do presidente Hugo Chávez.

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Também foi expulso do país o subdiretor do HRW e assistente de Vivanco, o norte-americano Daniel Wilkinson.

As expulsões foram confirmadas pela Agência Bolivariana de notícias. Mais tarde, a TV estatal mostrou as imágens do funcionário deixando o país.

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A nota oficial diz que o governo decidiu pela expulsão dos dois dirigentes do HRW depois que declarações de Vivanco "violentaram a Constituição e as leis da Venezuela, e agrediram as instituições da democracia venezuelana". Segundo o comunicado, o HRW "interferiu ilegalmente nos assuntos internos do país".

Por meio de comunicado, o governo notificou os dois representantes do HRW sobre "a obrigação de abandonar de maneira imediata a pátria do libertador Simon Bolívar".

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Em entrevista à rede de TV da Venezuela, o chanceler Nicolás Maduro disse que uma comissão especial já conduziu Vivanco e Wilkinson até o Aeroporto Internacional de Maiquetía, e que os dois já teriam deixado o país no primeiro vôo comercial disponível. Maduro não informou, entretanto, quais os rumos que Vivanco e Wilkinson tomaram.

"Quem se meter nos assuntos internos da Venezuela obterá a mesma resposta", enfatizou Maduro.

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Críticas

Nesta quinta, a ONG apresentou em Caracas um informe de cerca de 300 páginas em que inclui críticas ao presidente Chávez. O HRW informou sobre um "desrespeito do presidente por direitos fundamentais" no país. O documento leva o título de "Uma década de Chávez: intolerância política e oportunidades perdidas para o progresso dos direitos humanos na Venezuela".

"Nos preocupa muito a situação na Venezuela. Nos preocupa que o debate político se dê em um contexto onde há instituições políticas tão débeis", informou o HRW.

Vivanco leu um resumo do informe, no qual advertia para "o manifesto desprezo do princípio de separação de poderes, e em especial da idéia de um Poder Judiciário independente por parte das autoridades".

"Em seus esforços para conter a oposição política e consolidar seu poder, o governo do presidente Hugo Chávez tem debilitado as instituições democráticas e as garantias dos direitos humanos na Venezuela", denuncia a HRW.

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