O governo da Venezuela expulsou nesta quarta-feira (5) o jornalista americano Timothy Hallet Tracy, detido em abril sob acusação de treinar estudantes venezuelanos para iniciar atos de violência.

CARREGANDO :)

"O gringo Timothy Hallet Tracy, capturado fazendo espionagem em nosso país, foi expulso do território nacional", postou o ministro do Interior, Miguel Torres (@MRodriguezTorre), no Twitter.

O ministro não deu qualquer detalhe algum sobre a situação legal em que ficou Tracy nem se sua expulsão significa que não se encontraram provas de crime.

Publicidade

O advogado Daniel Rosales, que defendeu Tracy, declarou à "Globovisión" que seu cliente pegou um voo hoje com destino a Miami (EUA).

Segundo Rosales, a promotoria ditou um "ato conclusivo" em que solicitou o arquivo judicial da causa, porque não havia elementos suficientes para acusar.

Rosales não deu mais detalhes porque, segundo disse, ainda não teve acesso ao expediente, que foi publicado na terça-feira pela tarde.

A expulsão acontece no mesmo dia em que está previsto um encontro entre o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler venezuelano, Elías Jaua, em Antígua (Guatemala), onde ambos participam de uma assembleia geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O próprio Torres anunciou em 25 de abril a captura de Tracy em meio à situação de crise que aconteceu após as eleições de 14 de abril, vencidas pelo candidato chavista, Nicolás Maduro, e não reconhecidas pelo líder opositor Henrique Capriles.

Publicidade

"Partidos da extrema direita querem uma guerra civil. (...) O cavalheiro que foi capturado, Timothy Hallet Tracy (...) e toda sua ação obedece a um treinamento e adestramento como um agente de inteligência", declarou então o ministro do Interior.

Segundo a família de Tracy, o americano estava na Venezuela para filmar um documentário e foi detido quando se preparava para sair do país pelo aeroporto internacional Simón Bolívar.

Nos últimos meses, o governo venezuelano insistiu na presença de supostos agentes infiltrados na Colômbia e em El Salvador a fim de planejar atos de desestabilização no país.

Os incidentes registrados após as eleições de 14 de abril deixaram um saldo de 11 mortos e cerca de 80 feridos em ações que o governo atribui à oposição contra militantes chavistas, assim como ataques a sedes do partido de Maduro, hospitais onde trabalham médicos cubanos e instituições do Estado.

Capriles culpou o Executivo pelos incidentes e negou que alguns desses fatos tenham acontecido.

Publicidade