A Venezuela vai apagar as luzes durante algumas horas por dia em Caracas e em outras cidades, como Maracaibo, em blecautes planejados para reduzir a escassez de energia que ameaça o apoio ao presidente Hugo Chávez.

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As autoridades anunciaram na terça-feira que o racionamento de eletricidade no território nacional vai durar até pelo menos maio, e disseram que mesmo escolas e clínicas pequenas de saúde seriam atingidas no pais, que é o maior exportador de petróleo da América do Sul.

A Venezuela depende da hidroeletricidade para gerar energia e o país foi duramente atingido por uma seca que Chávez atribui ao fenômeno meteorológico El Niño.

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"O racionamento é em nível nacional e vai durar quatro horas a cada 48 horas", disse Javier Alvarado, presidente da Electricidad de Caracas, que foi nacionalizada em 2007 e antes pertencia à empresa norte-americana AES.

Uma das cidades que será atingida pelo racionamento de energia é Maracaibo, a segunda maior do país e a capital de Zulia.

As luzes apagaram ali nesta terça-feira a partir das 15h (horário local). No entanto, isso não deve afetar os campos de petróleo e as refinarias, que têm seus próprios geradores. Os principais serviços da cidade, como hospitais e trens, também não serão afetados.

Os venezuelanos já estão sofrendo com o racionamento de água e com cortes constantes de luz e podem punir o presidente socialista pelos problemas nas eleições legislativas de setembro.

Chávez precisa lidar com várias questões, incluindo inflação depois da desvalorização da moeda e a alta taxa de criminalidade, se quiser manter seus níveis de aprovação acima dos 50 por cento este ano.

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A Venezuela recrutou ajuda cubana para "bombardear" as nuvens com químicos no mês passado, numa tentativa de provocar artificialmente chuva sobre o maior reservatório do país e a principal fonte de energia, a represa Guri.Alvarado disse que os níveis de água na represa caíram 9 metros para 261 metros acima do nível do mar no ano passado. A produção de energia diminuiu conforme o nível da água cai. As turbinas das represas estão localizadas 240 metros acima do nível do mar.

Os críticos culpam o governo por não investir o suficiente, desde que Chávez assumiu o poder, 11 anos atrás.

O presidente disse que o governo anterior fez erros críticos ao construir a maior parte da infraestrutura energética do país sobre um rio que é afetado pela chuva.