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A Venezuela fechou temporariamente 619 lojas de varejo por causa do aumento de preços após a desvalorização da moeda do país na semana passada, informou a agência oficial de notícias ABN na quinta-feira.

"Muitos dos proprietários das lojas subiram os preços em até 80%", disse a diretora do Instituto de Defesa Pública, Valentina Querales.

Ela disse que cerca de 1.000 lojas foram inspecionadas nesta semana para verificar se seus preços eram justos e que 619 foram fechadas. Além do fechamento, as lojas acusadas de especulação devem pagar uma multa.

Na segunda-feira, quando a desvalorização do bolívar começou a valer, o governo fechou 70 lojas por terem elevado seus preços, dentre elas um supermercado de Caracas pertencente ao grupo franco-colombiano Exito.

Na sexta-feira da semana passada, Hugo Chávez anunciou que o dólar valeria 4,30 bolívares para bens "não essenciais" - o dobro da cotação prévia - e 2,60 bolívares para artigos básicos.

O líder venezuelano advertiu no domingo que qualquer especulação de preços por parte dos comerciantes levaria ao fechamento de seus negócios e chamou a Guarda Nacional para ajudar a população a lutar contra o aumento de preços.

"Esses senhores, vamos chamá-los de saqueadores do povo...se eles querem, vão em frente e façam, mas vamos tomar seus negócios e entregá-los aos trabalhadores", disse Chávez em seu programa semanal de rádio e televisão "Alô Presidente".

O anúncio fez com que os consumidores corressem às lojas para comprar o que pudessem a preços antigos.

A desvalorização foi a primeira desde 2005 e tem como objetivo, em parte, reforçar as finanças públicas que encolheram por causa da queda da arrecadação com petróleo e da contração da economia.

Críticos disseram que a medida vai permitir que Chávez aumente o gasto público antes das eleições em setembro, mas que também pode prejudicar seriamente a saúde da economia.

Desde que assumiu o cargo, Chávez busca remodelar a economia venezuelana, prometendo criar um sistema socialista mais justo.

Ele iniciou uma série de nacionalizações de empresas estrangeiras como bancos, bem como medidas que fizeram com que a inflação chegasse a 25%, a mais alta de América Latina.

Maior produtora de petróleo da América do Sul, a Venezuela entrou em recessão em 2009 pela primeira vez em seis anos por causa da queda da produção e dos preços do petróleo.

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