A Venezuela iniciou na segunda-feira (11) o fechamento noturno da fronteira de 2,2 mil quilômetros com a Colômbia para tentar impedir o contrabando que envolve todos os dias milhões de litros de gasolina e dezenas de toneladas de alimentos subsidiados, em um momento de grave escassez.
Por volta das 22h00, uma brigada de 20 paraquedistas do Exército venezuelano foi mobilizada na ponte internacional Simón Bolívar - que une San Antonio (oeste da Venezuela) e Cúcuta (leste da Colômbia) - para bloquear a passagem de pedestres e veículos até as 05h00, constatou a AFP.
Mas esta passagem, uma das mais movimentadas da América do Sul e na qual o contrabando é visível durante o dia, tinha um aspecto incomumente solitário a esta hora: os poucos veículos e pedestres que, apesar das advertências das autoridades, tentaram cruzar a ponte se depararam com as forças de segurança.
"Faltam seis minutos. Se você quer voltar à nação colombiana deve fazê-lo já", afirmou um membro da brigada, com um fuzil na mão, a uma moradora de Cúcuta, enquanto Susana, que trabalha em uma loja do lado colombiano e que conseguiu voltar à Venezuela, se perguntava: "De que serve esta confusão?".
A poucos metros, outros membros das forças de segurança inspecionavam os últimos veículos em busca de farinha, leite ou açúcar em quantidade suficiente para ser considerados contrabando, antes de fechar definitivamente a fronteira.
A medida, que para os veículos de carga pesada significa um fechamento das 18h às 5h do dia seguinte, foi estabelecida há dias pelos presidentes Nicolás Maduro e José Manuel Santos e por enquanto se prolongará por 30 dias até que as duas partes avaliem seu impacto.
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