A Venezuela fechou as fronteiras com a Colômbia para evitar a entrada de ajuda humanitária. Pelo menos três pontes foram fechadas, segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez disse por meio de sua conta no Twitter no final da noite desta sexta (22).
“O governo bolivariano informa a população que, devido às sérias e ilegais ameaças intentadas pelo governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela, tomou a decisão de fechar total e temporariamente as pontes Símon Bolívar, Santander e Unión. O governo bolivariano da Venezuela outorga plenas garantias ao povo venezuelano e colombiano de ter passagens fronteiriças seguras. Quando se controlarem as grosseiras ações de violência contra nosso povo e nosso território, será restabelecida a normalidade na fronteira.”
El Gobierno Bolivariano informa a la población que, debido a las serias e ilegales amenazas intentadas por el Gobierno de Colombia contra La Paz y la soberanÃa de Venezuela, ha tomado la decisión de un cierre total temporal de los puentes Simón BolÃvar, Santander y Unión!
— Delcy RodrÃguez (@DrodriguezVen) 23 de fevereiro de 2019
A vice-presidente também exigiu que o presidente colombiano, Ivan Duque, cesse suas “infames ações” e deixe de atentar, por ordem do presidente americano, Donald Trump, contra o direito dos venezuelanos a viver em paz e em soberania.
É o terceiro país com o qual a Venezuela fecha as fronteiras. Antes da Colômbia vieram o Brasil, onde na região de fronteira houve conflitos com militares na qual morreram duas pessoas, e Curaçao, uma possessão holandesa no Caribe. Foi determinada a criação de uma área de exclusão aérea entre o território venezuelano e a ilha.
A Venezuela vive uma série crise econômica, política e social. O custo de um cafezinho com leite, uma bebida típica, aumentou 12 vezes nos últimos três meses, segundo a Bloomberg. A projeção do FMI é que a economia encolha 18% neste ano. A última vez que o país cresceu foi em 2013, quando o ditador Nicolás Maduro chegou ao poder.
Ajuda humanitária
Neste sábado, Juan Guaidó, o principal líder oposicionista e presidente da Assembleia Nacional, pretende coordenar a entrada e distribuição de ajuda humanitária. Ela deve sair de três pontos: Cúcuta, na Colômbia; Boa Vista, no Brasil, e Curaçao, no Caribe.
O governo do presidente Nicolás Maduro, no entanto, alertou que não permitirá a passagem dos carregamentos, por considerar a ajuda um pretexto para uma intervenção militar americana, opção que Washington não descarta.
Com o envio de ajuda, Guaidó pretende testar a lealdade dos militares a Maduro. Muitos oficiais de baixa patente têm parentes que são afetados pela crise econômica, como qualquer venezuelano. A aposta seria criar um ambiente ideal para deserções.