O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, se encontrou com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, nesta segunda-feira (20) em Bogotá. Guaidó viajou para a Colômbia no domingo, desafiando uma imposição da Suprema Corte venezuelana que o proíbe de deixar o território do país.
Essa é a primeira etapa de uma viagem internacional em que Guaidó terá reuniões com líderes mundiais para "enfrentar e deter a ditadura de Nicolás Maduro" e para denunciar "vínculos da ditadura com o terrorismo". A viagem inclui uma parada no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.
Guaidó e Pompeo dialogaram sobre o restabelecimento da democracia na Venezuela e o perigo representado pelo ditador Nicolás Maduro, que, segundo os Estados Unidos e a oposição venezuelana, abriga terroristas no território do país.
O encontro foi realizado durante a Cúpula Hemisférica Contra o Terrorismo, que começou nesta segunda-feira na capital colombiana, com a presença de autoridades de 20 países para discutir estratégias diante das ameaças enfrentadas no continente americano.
Pompeo falou sobre a presença do grupo libanês Hezbollah na região, e elogiou a iniciativa da Colômbia de designar o grupo como uma organização terrorista. "Tenha certeza, seja o ELN [Exército de Libertação Nacional, grupo guerrilheiro colombiano] ou as Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], há elementos do Hezbollah por muitos países da América do Sul".
O chefe da diplomacia americana também pediu à comunidade internacional que continue apoiando as ações lideradas pela oposição venezuelana para chegar a uma solução para a crise no país. "O mundo deve continuar apoiando os esforços do povo venezuelano para voltar à democracia e acabar com a tirania de Maduro, que prejudica milhões de venezuelanos e que tem efeito na Colômbia e em toda a região".
Após sua visita à Colômbia, Guaidó deve seguir para a Europa, onde se encontrará com líderes no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Durante a coletiva de imprensa que ofereceu ao lado de Pompeo, Guaidó confirmou que chegará a Londres na terça-feira (21), e que também passará por Bruxelas.
Entre as questões que Guaidó pretende abordar nas reuniões estão estratégias para evitar o contrabando de ouro da Venezuela, a questão migratória e o bloqueio ainda maior da ditadura venezuelana por meio de sanções.
O presidente interino também pretende denunciar "vínculos diretos com organizações terroristas como o Hezbollah, o ELN e as Farc" e o regime de Maduro, segundo a sua equipe de comunicação.
Relações Venezuela-Irã
Enquanto isso, o regime de Maduro estreita os laços com o Irã. O ministro das Relações Exteriores do chavismo, Jorge Arreaza, chegou a Teerã no domingo (19) para uma visita oficial de três dias. Arreaza foi recebido pelo chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif.
"Revisamos temas de geopolítica mundial e nossa relação estratégica bilateral. Ambos concordamos com a necessidade de defender e fortalecer o Direito Internacional, a Carta da ONU e o multilateralismo", disse Arreaza após o encontro pelo Twitter.
Na programação da visita do oficial venezuelano também está um encontro com o presidente do país persa, Hassan Rouhani. As relações entre Irã e Venezuela são estreitas desde o governo de Hugo Chávez, fortalecidas pela rivalidade em comum com os Estados Unidos.
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