Ouça este conteúdo
O Ministério das Relações Exteriores do regime da Venezuela ordenou nesta terça-feira (14) aos governos de Holanda, França e Itália que limitem a três o número de diplomatas credenciados em cada uma de suas embaixadas em um período de 48 horas, em resposta ao que classificou como "conduta hostil" e apoio a "grupos extremistas".
"Além disso, os diplomatas devem ter autorização por escrito da nossa chancelaria para se deslocar a mais de 40 quilômetros da Praça Bolívar, em Caracas, garantindo o estrito cumprimento de suas funções", disse o chanceler chavista Yván Gil, em mensagem publicada no Telegram.
O ministro compartilhou fotos de reuniões com o embaixador francês na Venezuela, Emmanuel Pineda, e também com a encarregada de negócios holandesa no país caribenho, Carmen Gonsalves.
Gil acrescentou que o regime chavista continuará tomando "ações necessárias", de acordo com o "direito internacional, para garantir sua “estabilidade, soberania e o caminho para a paz e a prosperidade alcançados por meio de seus próprios esforços".
"A Venezuela exige respeito à soberania e à autodeterminação, princípios estabelecidos na Carta das Nações Unidas, especialmente em relação àqueles subordinados às diretrizes de Washington", completou.
Na sexta-feira (10), o presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediram ao ditador Nicolás Maduro que retome o “diálogo” com a oposição para possibilitar "o retorno da democracia e da estabilidade" no país, logo após o líder chavista tomar posse para um terceiro mandato ilegítimo de seis anos perante o Parlamento, controlado pelo regime de Caracas.
Por sua vez, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou no mesmo dia que "as notícias vindas da Venezuela são outro ato inaceitável de repressão por parte do regime de Maduro", depois que a líder da oposição Maria Corina Machado foi detida e posteriormente liberada após um protesto em Caracas.
"As aspirações legítimas do povo venezuelano por liberdade e democracia devem finalmente se tornar realidade", declarou a primeira-ministra italiana em um comunicado, no qual reiterou que a Itália não reconhece a vitória eleitoral reivindicada por Maduro.
Em setembro de 2024, a ditadura chavista já tinha entregue uma nota de queixa à Holanda por ter "escondido" a entrada do candidato da principal coalizão antichavista e vencedor de fato das eleições, Edmundo González Urrutia, na sua residência em Caracas, antes de pedir asilo na Espanha, onde reside desde 8 de setembro.
Os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e alguns países latino-americanos, como Peru e Paraguai, negaram a legitimidade da posse de Maduro, viabilizada por meio da fraude eleitoral de 2024. A Plataforma Unitária Democrática (PUD) reitera, por meio das atas dos locais de votação que coletou, que González venceu o ditador Maduro ampla margem e deveria ter sido empossado como presidente legítimo no dia 10.